(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!) Prelúdio- Entrevista – Nada termina em nada. Às vezes algo pode aparentar perda de tempo, mas se olharmos bem, não há desperdício se encararmos tudo como exercício.  Era uma entrevista para um blog de literatura. Uma entrevista que nunca foi publicada lá. O blog nem existe mais. Estava começando e não foi além. Mas guardei a conversa com a intenção de publicar parte dela um dia. – Não acha complicado misturar ficção com realidade? – A blogueira perguntou.– Não quando o principal está na mensagem a ser passada – respondi. – Não importa o que é verdade ou não, se a mensagem importar mais. Minha maior intenç&atild

(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!) Prelúdio- Diferenças - Saber quando entrar em cena é tão importante quanto saber quando não entrar, porque há momentos nos quais estamos mais presentes quando não estamos.Estou no consultório da minha psicóloga e antes que ela faça a recapitulação dela, pra retomar alguma linha de raciocínio, eu falo:– Em nosso último encontro você me perguntou o que eu responderia se, naquele momento, me perguntasse quem eu era. E respondi. A resposta para essa pergunta, no entanto, é uma que realmente muda a todo momento. Estamos em constante mudança, e a constatação disso, aliás, disso, faz parte do autoconhecimento que é meu objetivo constante. Reavaliei bastante as minhas convicções

(Uma aventura pirata completa em 1 capítulo!) Prelúdio- Incerteza - Nunca ter certezas e sempre considerar todas as possibilidades é o único caminho para se evitar decepções. Eu tenho certeza disso.Entrego o meu livro Ônix para a psicóloga e ela avalia a imagem que fiz para estampá-lo. Estou vestido de pirata em pé numa serpente-planta na qual há uma maçã-coração. Sobre a planta-serpente há ainda um peixe-mão.– É uma capa bastante sugestiva. – É um livro bastante sugestivo – digo, insinuando um sorriso. Gosto do resultado da capa que eu mesmo fiz, usando manipulação de imagens.– Vou ler com muita atenção.– E espero que se divi

Interlúdio- Resvalando – Eu sou William Morais, é importante que você saiba. Sou artista plástico; além de me dedicar a outras artes, como o teatro de ação e a escrita."Eu sou William Morais", repetia para mim mesmo. Era importante eu não esquecer. Minha mente resvalava para fora do tempo e espaço e, creia-me, é sempre possível esquecer quem somos no processo.Aquela sensação começou quando olhei para a escultura de um dragão em minha mão. Tinha acabado de terminá-la e imaginei como seria se ele tivesse vida e pudesse bater asas a qualquer momento. Daquele tamanho, pensei, seria um alvo fácil para a lâmina de um caçador de dragões. Imaginei uma lâmina atravessando coitadinho de cima para baixo, vinda de lugar algum, e tudo fic

- A alma ferida - – O que queria me contar? – Arla perguntou ao menino que nem sonhava em se tornar pirata um dia.– Aqui não – ele respondeu. – Vamos para debaixo da Ponte da Fonte.Arla gostou da ideia. Sair sem permissão era proibido, mas tinha uma queda por escapar da lei e pelo menino na frente dela.Os dois se esgueiraram facilmente pelo acampamento. Ambos tinham onze anos e já viviam há quatro entre os ciganos. Antigamente era comum algumas crianças serem deixadas sob a tutela de um cigano, para treinamento de sobrevivência. Naquela época, já não era tanto, mas ainda acontecia. Até mesmo nobres mais tradicionalistas deixavam seus filhos por anos com os ciganos em seus acampamentos, embora a prática tivesse diminuído em virtude da perseguição sofrida por esse povo sem pátria.Os d