Capítulo 1 Presente de Natal
De pé na varanda de um apartamento, uma garota de vinte e poucos anos olhava boquiaberta para as luzes de Natal.

Ela tentou sorrir ao ver as ruas movimentadas da cidade de Monroe. Seus olhos azuis brilharam, imaginando como ela estaria feliz se estivesse com seu pai e sua avó.

Por um momento, ela lembrou que havia sido deserdada por seu pai e trocada por sua meia-irmã, que também havia conquistado o homem que ela amou por dois anos.

Samantha Davis cometeu um erro e isso a levou à ruína. Nem mesmo a súplica de sua avó foi suficiente para mantê-la dentro da casa dos Davis.

A dor de ser expulsa de sua própria casa surgiu novamente, e fez com que uma lágrima escorresse.

Ela mandou a tristeza embora e secou seu delicado rosto molhado pela lágrimas. Ela respirou fundo e suspirou, "Vovó, estou com saudades."

Ela olhou para o céu e disse: “Mãe, queria que você estivesse aqui".

Sua mãe morreu quando ela era apenas uma menina e, por isso, seu pai se casou novamente. Um trágico acidente de carro tirou a vida de sua mãe. O carro e o corpo dela se transformaram em cinzas.

Enquanto o ar soprava contra o cabelo dourado de Samantha, ela olhou para sua barriga crescendo e colocou as duas mãos nela.

Sim, havia vida dentro dela, e ela se lembrou da bênção maravilhosa que recebeu. Algumas mulheres não podiam ter filhos, enquanto ela estava grávida de gêmeos. Sua avó, Matilda, falou isso para ela várias vezes.

Poucas horas antes da meia-noite do dia 24 de dezembro, Samantha experimentou uma certa nostalgia ao sentir um chute na barriga de 35 semanas de gestação..

Por quase nove meses, ela carregou os frutos de seu erro. Apesar da pressão de seu pai para não ficar com os bebês, ela tomou uma decisão maternal.

Naquela época, algo dentro de Samantha a convenceu de que os bebês que carregava deveriam vir para o mundo.

Mas infelizmente sua avó não pôde ficar com ela. Seu pai impediu que ela ajudasse Samantha, mas Matilda, sendo a avó carinhosa que é, a ajudou secretamente.

Samantha estava morando com sua tia materna na cidade de Monroe há seis meses. Foi para lá que sua avó a enviou depois dela ser abandonada.

Seu pai, Winfield Davis, acabara de ser nomeado o general das forças militares do país.

Muito se esperava dele e de sua filha. Quando todos souberam que ela havia engravidado antes de terminar a academia militar, Samantha se tornou o assunto do momento.

Segundo as palavras de seu pai, ela havia manchado o nome da família Davis!

Muitos questionaram como um grande general pôde ser incapaz de educar sua filha e que Samantha era uma garota indigna de se tornar cadete.

O general Davis queria que Samantha o substituísse nas fileiras militares. Apesar de ter seus próprios sonhos, ela desistiu deles para seguir os passos do pai e continuar o legado dos Davis.

No entanto, isso não foi o suficiente para compensar a desonra que ela trouxe para sua família.

Quando ela foi expulsa da academia militar, ficou claro que a tradição familiar havia terminado.

Em um piscar de olhos, Samantha perdeu todo o seu prestígio! A filha do General, que era conhecida por ser bela e desejada se tornou uma mulher vergonhosa!

Clayton Brown, seu namorado, um cadete sênior da mesma academia militar, não apoiou a gravidez, pois ele não era o homem com quem ela havia compartilhado uma noite íntima.

Ela engravidou aos 21 anos e não sabia nada sobre o homem com quem dormiu.

Enquanto refletia sobre os horrores de seu passado, ela ouviu sua tia Diana chamá-la da sala de estar: "Sam, está frio lá fora. Entre. É quase meia-noite. "

Samantha acenou com a cabeça e disse: "Sim, tia."

Sua tia ajudou Samantha a se sentar em frente à pequena mesa de jantar para comer um presunto com mel no jantar de véspera de Natal.

De repente, ela se lembrou do generoso banquete que existia em sua casa naquele dia e isso a fez se perguntar se em algum momento seu pai pensava nela.

Enquanto pensava nisso, ela sentiu um líquido escorrer por suas pernas.

Ela sentiu um arrepio na espinha quando percebeu que a bolsa havia estourado!

“Ah, não tia!" Samantha colocou as mãos na barriga e disse: "Os bebês ainda não estão prontos!"

“Ah, querida", disse sua tia. “Nós, nós precisamos ir para o hospital."

As horas seguintes trouxeram uma mistura de ansiedade e perplexidade para Samantha e sua tia.

Foi muito difícil conseguir um táxi para o hospital na véspera de Natal. Como era um feriado, o hospital estava com poucos médicos e levou um tempo para que a ginecologista conseguisse atendê-la.

As contrações começaram uma hora depois de sua chegada na maternidade.

De onde estava, Samantha podia ouvir as preocupações das enfermeiras e parteiras enquanto chorava de dor a cada minuto que passava.

“A Dra. Wilma já está vindo."

“Não há respiradores disponíveis para os bebês."

“Talvez eles consigam respirar sozinhos. Vamos ver."

"O que está acontecendo? Por favor! Por favor, diga-me, “Samantha chorou muito, preocupada por causa de seus bebês. Embora sua médica já tivesse avisado que gêmeos costumam nascer mais cedo, os exames recentes mostraram que eles estavam bem.

Ainda assim, a obstetra tomou algumas providências para o caso de seus gêmeos nascerem antes de completarem 36 semanas.

A enfermeira-chefe veio falar com ela, alertando-a sobre o parto prematuro. Disseram a Samantha: "Senhorita Davis. Já que os bebês vão nascer em breve. Queremos informar que seus bebês podem precisar de um ventilador mecânico para respirar."

“Não, eu recebi, eu recebi...” Ela fechou os olhos, tentando suportar a dor. "Ah!"

Junto com um grito, uma lágrima caiu por sua bochecha antes de ela responder, “Eu recebi injeções de esteroides há algumas semanas. Minha médica pode confirmar", Samantha tentou argumentar.

Os esteroides deveriam ajudar a amadurecer os pulmões dos bebês, caso eles nascessem mais cedo.

“Senhorita Davis, os esteroides não garantem que os bebês possam respirar por conta própria." As palavras da enfermeira foram interrompidas pelo grito de dor de Samantha.

A médica residente foi verificar a dilatação de Samantha.

"O bebê já está coroando!" Avisou a médica residente. "Vamos levá-la para a sala de parto."

"Espera, espera! Onde está minha médica?" Ela perguntou.

“Sua médica está a caminho", disse uma enfermeira.

Enquanto ela era transferida para a maca e levada para a sala de parto, Samantha ficou extremamente preocupada com seu bem-estar e de seus bebês. Além disso, a dor das contrações fez com que ela não conseguisse pensar com clareza.

Samantha não podia pagar um quarto privado para dar à luz. Como ela estava em um quarto compartilhado, sua tia não pôde estar presente durante o parto.

Com tudo o que estava acontecendo, ela não viu que o tempo havia passado e que sua médica finalmente havia chegado.

"Sam, tudo vai ficar bem. Vamos fazer o parto." Ouvir a voz familiar da Dra. Wilma e vê-la em sua frente foi o suficiente para acalmar Samantha. "Lembre-se do que eu disse antes. Empurre junto com suas contrações. "

A cada empurrão que fazia, ela derramava uma lágrima. A cada grito que saia de sua boca, ela jurava internamente que seria a última vez que lembraria de seu erro.

"Você está quase lá, Sam. Quase lá “, ela ouvia a médica a encorajando. "Você está fazendo um bom trabalho."

Com um grito alto, Samantha empurrou com força e ouviu o choro de seu primeiro bebê.

“Uma garotinha Davis!" Anunciou a Dra. Wilma.

Mais vinte minutos se passaram e seu segundo bebê saiu, também gritando alto na sala de parto.

“Um choro alto do menino Davis!" A Dra. Wilma compartilhou alegremente.

"Sam, parabéns! Os dois são saudáveis e podem respirar por conta própria”, disse a obstetra antes de os bebês serem colocados juntos em seu peito para que ela os aquecesse.

Ela não se importava com as condições em que os pequenos se encontravam. A suavidade da pele e o choro deles eram o suficiente para despertar suas emoções maternais.

Respirando fundo, Samantha chorou muito, com a certeza de que seus gêmeos eram saudáveis. Ela aproveitou para beijar seus bebês, enquanto eles choravam, celebrando o fato dos dois estarem bem.

"Graças a Deus. Graças a Deus “, ela suspirou de alívio enquanto seus olhos tremiam e seu coração batia forte.

"É um prazer conhecê-los, Kyle e Kenzie." Ela deu mais um beijo neles e sussurrou: “Mamãe ama vocês."

A pequena Kenzie nasceu primeiro, às 2:45. O bebê Kyle nasceu às 3h05. Eles nasceram saudáveis e respirando por conta própria apesar de terem nascido prematuramente, com 35 semanas de idade. Eles pesavam 1.9 quilos 1.8 quilos, respectivamente.

***

Após um bom descanso, Samantha foi ver seus bebês no dia de Natal.

Sua tia estava com ela, cuidando dos gêmeos no berçário do hospital. Seus bebês ainda precisavam ficar em observação por algum tempo, mas estavam bem.

Samantha conseguiu segurá-los nos braços com a ajuda de uma enfermeira.

Enquanto estava com os dois bebês em seus braços, sua tia Diana sugeriu: "Eles são tão bonitos. Vamos ligar para sua avó. Ela estava muito ansiosa para ver os bebês. "

Foi apenas Matilda Davis, sua avó, que ficou do lado dela durante a gravidez, sustentando-a financeiramente enquanto ela vivia com sua tia. Mesmo morando em cidades diferentes, elas mantiveram contato durante toda a gravidez.

Assim que sua avó ficou online por meio de uma videochamada, ela chorou junto com Samantha, que segurava um bebê de cada lado.

"Sam, meus bisnetos são tão bonitos. São os nossos presentes de Natal, os seus presentes principalmente", disse a avó. "Cuide bem deles."

Elas choraram muito, tomadas pela emoção. Depois de se acalmarem, Matilda Davis falou novamente: "Sam, prometa que você vai começar de novo. Sua tia a ajudará a estudar conforme Kyle e Kenzie forem crescendo. Vamos reservar o resto do dinheiro que economizamos para seus estudos."

“Sinto muito por não poder visitá-la, mas espero que um dia eu conheça meus bisnetos”, acrescentou a avó, lembrando Samantha de sua idade. Estar com quase 80 anos não era fácil e, infelizmente, sua avó não gostava mais de viajar longas distâncias.

Depois de ver Samantha acenar concordando, Matilda continuou com plena convicção: “Prometa-me, você vai ser bem-sucedida. Prove para o seu pai que você consegue! "

"Sim, vovó. Eu vou. Eu vou, “Samantha respondeu enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Seu nariz se alargou enquanto ela inspirava o ar.

"Sam, eu te amo, minha neta. Seja forte”, aconselhou Matilda pelo telefone.

Enquanto sua avó continuava a ver seus gêmeos, Samantha mergulhou em seus pensamentos. Mentalmente ela dizia: ‘Pai, juro que farei você ver o melhor de mim.'

Ela jurou para o homem que ela pensava que a amava, mas a abandonou em seus tempos difíceis, que ele se arrependeria.

- Annie, você pode ter ficado com tudo o que é meu, mas um dia provarei que eu tinha muito mais a ganhar escolhendo a vida dos meus bebês. Esses eram os pensamentos constantes de Samantha em relação à meia-irmã, que havia tramado a sua queda.

Por último, Samantha olhou de volta para seus pequeninos adormecidos. Ela deu outro beijo em cada testa e prometeu: “Vocês serão minha força, minha razão para lutar e, juntos, seremos uma família. Eu não preciso de mais nada." 
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