CAPÍTULO II

MADRI-ESPANHA

POR ALEJANDRO

Vê-la tão perto, despertou tantos instintos adormecidos em mim há tanto tempo. Eu queria cuidar de Luna, como eu nunca quis cuidar de alguém, nem mesmo Raquel despertava em mim esse desejo de proteger.

Luna era uma mulher incrível, traumatizada por homens tóxicos, ela não tinha noção do quanto ela era encantadora, do quanto era bonita e naturalmente sexy. Lutei contra a vontade de beijá-la quando estive em seu quarto há pouco.

Como alguém era capaz de machucar alguém como ela?

Seu sorriso iluminava até o lugar mais escuro e foi assim com a minha alma, que até então estava perdida nas sombras dos meus traumas do passado.

E eu que nunca acreditei nos clichês de se apaixonar à primeira vista, estou nesse momento me perguntando se de fato isso é possível.

Eu estava quebrando protocolos e um deles era exatamente não se apaixonar pela sua chefe, não se encantar pelo objeto de sua proteção, não querer sequestrar a esposa do chefe da máfia Espanhola e escondê-la em um lugar distante em que só você pudesse toca-la, beija-la e fazer amor com ela.

Estou a duas horas, lutando contra a vontade de voltar naquele quarto e fazê-la minha.

Mas antes que isso aconteça eu preciso saber o que Luna significa para a máfia Italiana, não posso tirá-la das mãos de Álvaro Ortiz e entregá-la nas mãos de outra pessoa que a queira fazer mal.

Pego meu celular secreto e disco o número de Arthur.

—Alejandro, o que houve? Luna está bem? —ele diz preocupado.

—Está tudo bem, eu precisava falar com você—digo.

—Combinamos que só usaria esse telefone se acontecesse algo.

—É importante Arthur, eu preciso de mais informações sobre a Luna—digo firme.

—Tudo o que precisa saber sobre ela para executar a missão você já sabe Alejandro—ele diz irritado.

—Por que Luna é importante para o capo? O que ele quer com ela?—questiono.

—Alejandro apenas saiba que Luna é um diamante muito valioso para o capo, e como bem sabes os diamantes são venerados, Luna é especial para a família.

Percebo que Arthur fica tenso ao telefone, então ele segue dizendo.

1Apenas tire-a dai, e não se apaixone por ela Alejandro. Eu falhei nas duas missões—ele diz.

Então Luna era o amor misterioso de Arthur, ele havia se apaixonado por ela quando a tentou resgatar. Eu não podia tê-la, eu não deveria seria uma traição na família, eu jamais seria perdoado.

—Eu não falharei—digo encerrando a ligação.

Guardo o telefone novamente na gaveta, já é madrugada, a propriedade está silenciosa, vejo da janela da casa de hóspedes que ocupo a luz da cozinha da casa principal acesa, Luna está sozinha lá.

Será que ela estava precisando de algo?

Estou vestindo apenas uma calça de moletom, então coloco uma camiseta e vou rumo a grande casa.

Quando abro a porta que dá acesso a cozinha vejo Luna de costas sentada em uma das banquetas da ilha que preenche boa parte da luxuosa cozinha, ela usa apenas uma camisola. Engulo em seco, ela se vira e me olha dizendo:

—Ainda acordado?—ela sorri.

—Não durmo se você não dormir—sorrio ao dizer.

—Desculpa, não queria incomodar, mas eu precisava comer um pedaço deste bolo sem alguém para me fazer sentir-me culpada—ela diz triste.

—Você só vai ser culpada se não dividir comigo, posso?—pergunto.

—Ah sim, vou pegar um pedaço para você-ela diz caminhando até a geladeira.

E quando ela se inclina para pegar o bolo, me dá a mais perfeita visão do seu corpo, suas coxas grossas, seu quadril farto, sua pele branca.

Oh céus assim seria difícil conter essa vontade toda e ser leal à família.

Concentre-se na missão Alejandro, seu amigo é apaixonado por ela, mas e se eu também estiver me apaixonando? Não! Definitivamente isso não pode acontecer.

Ela volta para a bancada com o pedaço de bolo e me entrega sorrindo.

—Aqui está, acho que vai gostar, a Ana faz bolos maravilhosos, pena que não posso comê-los com frequência.

—E por que não?—questiono.

—Toda vez que Álvaro me vê comendo me chama de gorda—ela diz envergonhada.

—Luna você não é gorda, é uma mulher linda com curvas radiantes, um sorriso perfeito e um olhar que encanta qualquer homem—digo sem pensar.

Ela me olha e cora abaixando a cabeça, então eu começo a dizer.

—Desculpe a sinceridade, mas realmente não deveria se envergonhar.

Então ela muda o foco para mim.

—Me fale sobre você, você havia dito mais cedo que era policial, por que deixou de ser?

—Desacreditei da justiça, eu já não confiava no meu trabalho—digo.

—Por quê?—ela pergunta.

—Minha noiva foi morta dentro do banco central da Espanha, nunca prenderam os assassinos—confesso.

—Oh desculpe, não queria lhe trazer lembranças ruins—ela diz com pesar.

—Não se preocupe, já passou—digo—E você me conte como se casou com o capo da máfia?—questiono.

—Prefiro não dizer, mas eu preferia estar modelando ainda e comendo hambúrgueres com Arthur—ela diz.

—Arthur? Quem é?—pergunto.

—Meu ex-namorado, Arthur é advogado, íamos nos casar, tínhamos muitos planos, antes de tudo isso aqui—ela diz.

Então de fato ela e Arthur se conheceram e ele esteve com ela, e essa informação me causa certo desconforto, então mudo de assunto.

—Você era modelo?—pergunto.

—Sim—ela diz entusiasmada—uma modelo curvy, de uma grife famosa, mas perdi tudo isso quando vim pra cá.

—Se apaixonou pelo capo da máfia? —questiono.

—Nunca!—ela diz com nojo a voz—fui trocada pelo meu pai, que devia para esse monstro, fui usada como um maldito pagamento tive minha vida e minha liberdade arrancadas de mim Alejandro—ela confessa.

—Como um pai faz isso?—digo incrédulo, pois até então eu não tinha essa informação.

—Um pai que não é pai—ela diz chorando.

Então como que por instinto a abraço e sinto seu perfume me invadir, sua pele me tocar e todo meu controle vai por água abaixo, tomo seus lábios nos meus e a beijo com urgência, com desejo. Danem-se as regras eu quero essa mulher pra mim.

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