Capítulo 06

Vicktória Quinn

— Posso falar com você Vicktória?

Antes que eu fale algo Lena segura a mão de Raiff e se despede.

— Vejo vocês amanhã. Vem Raiff. — E assim os dois se vão ficando apenas Peter e eu.

— Vamos dar uma volta na praia?

Só segurei sua mão e seguimos para uma área da casa que ainda não conheço, seguindo um caminho que nos leva a um pequeno portão onde tem uns batentes que seguem até a areia.

Paro assim que chegamos ao último degrau e olho para meus pés. Peter acompanha o meu olhar e sorrir de lado abaixando-se logo em seguida, com seus dedos hábeis ele desamarra as tiras de minhas sandálias tirando-as, antes de fazer o mesmo com seus sapatos, deixando-os no degrau assim como minha bolsa.

— Vem! vamos dar uma volta prometo que não vamos muito longe, sei que está cansada.

— Pensei que você estava com raiva de mim. — Consigo falar.

— Porque eu estaria com raiva de você?

— Porque fiz barraco na boate causando briga!

— Ah! Isso? Sim, eu fiquei com raiva, mas não de você.

— Como assim?

— Fiquei com raiva de mim por não ter te protegido, fiquei com mais raiva daquele infeliz que se atreveu a pôr as mãos em Você.  Desculpe se pareceu que minha raiva era dirigida a você.

— Você não teve culpa, acho que o rapaz viu nós dois dançando e pensou em fazer o mesmo. Eu nunca dancei daquele jeito, obrigada pela dança e por tudo. Tirando a briga no final, essa foi uma noite e tanto.

— Eu é que agradeço, foi uma noite maravilhosa e foi uma honra ter sido seu par, você é perfeita.

— Você que sabe guiar.

— Não seria tão perfeito se não fosse com a garota perfeita. É tudo tão simples com você, tão fácil, tão perfeito que me assusta. Eu não sou perfeito Vicktória.

— Ninguém é Peter.

— Sou muito danificado. Já me enveredei nesse caminho do amor e não terminou bem. Acho que não fui feito para isso, mas ele insiste em bater na minha porta mesmo quando eu não esperava mais. Você é tão linda e essa atração me deixa louco, você me deixa louco, Vicktória e não sei o que fazer.

Ai meu Deus! Será que ele quer me beijar?

Estamos tão próximos um do outro que posso sentir sua respiração e o calor do seu corpo, seu hálito quente…

— O que você quer Peter?

— Beijar você. Mas sei que não devemos.

— Então beije.

— Vicktória! Baby…

— Estou bem aqui. — Seja o que Deus quiser.

— Não fale assim, você não me conhece.

— Podemos nos conhecer.

— Vou te machucar Vicktória. Mesmo não querendo fazer isso.

— Do que você tem medo? Me conte.

— De ser deixado. Todos me deixam!

— Isso não é verdade. Seus pais são a prova disso, se alguém te deixou é porque não te amava.

— Meus pais foram os primeiros. — Ele diz e se afasta.

— Mas Deus colocou em seu caminho pais melhores, irmãos que te ama e que sempre vão estar ao seu lado.

— Será que vão mesmo?

— Você também tem a mim.

— Você?

— Se quiser é claro. Podemos ser amigos. — Ele sorrir mais não é meu sorriso preferido. É um riso triste.

— Onde aprendeu aqueles golpes? — Ele muda de assunto e começa a andar incentivando-me a caminhar com ele.

— Meu pai é detetive de Polícia e sempre acreditou que sua filhinha deveria saber se proteger, mas foi quando me mudei para Chicago que levei mesmo a sério. Antes eu sabia só algumas coisas.

— Parece ser bem treinada.

— E sou mesmo. Além de artes marciais também sei atirar. Sou muito boa de mira, praticava como meu pai.

— E eu pensando que você era uma menininha indefesa!

— Não sou mesmo senhor Snow, Melhor não esquecer disso.

— Adoro ouvir você chamar meu nome, mas quando você fala assim…

— Assim como? 

— Que se foda!

Não tenho nem tempo de reagir quando suas mãos já estão em mim e ele me puxa para seu corpo. Seguro-me em seus braços quando ele aperta minha cintura e com a outra mão segura meus cabelos fazendo-me levantar a cabeça e olhar em seus olhos que estão escuros como uma tempestade de inverno. Sua boca desce sobre a minha e não resisto um gemido ao sentir seus lábios nos meus, sua língua pedindo passagem tomando tudo de mim.

Fico nas pontas dos dedos tentando escalar aquele paredão que me toma forte, minha perna sobe e engancha em sua cintura onde fica aninhada com a ajuda de sua mão que segura minha coxa apertando-a subindo e descendo pela minha bunda.

Não sei quanto tempo ficamos assim até nos afastamos quando estamos ambos sem conseguir respirar.

— Doce. A boca mais doce que já beijei.

— Peter!

— Minha. Ah, Vick! Como eu te quero!

— Quer?

— Você não está sentindo?

Ai caramba! Eu estou. E como estou.

— Amo quando você cora assim.

Abaixo minha cabeça enfiando meu rosto em seu peito, morrendo de vergonha, pois agora estou ciente da sua protuberância em minha barriga. O safado sorri beijando meus cabelos e me abraça apertado.

Faço ele enfiando meus braços por baixo de seu blazer passando minhas mãos em sua camisa, e dá uma vontade de apertar sua bunda.

Não resisto e desço minha mão apertando-a fazendo-o gemer e retribuir o meu aperto.

— Vick, Vick! Acho que devemos subir baby. Você precisa descansar.

Quem disse que estou cansada? Mentira de quem falou isso. Estou ótima. Mas como sei que fui eu mesma que falei essa merda, acabo por concordar mesmo a contra gosto.

— E amanhã precisamos acordar cedo para o almoço com seus pais.

— Não se preocupe baby! Pode descansar o almoço só será servido depois do meio-dia.

— Mesmo assim não quero abusar.

— Vick, você está aqui para descansar não precisa acordar cedo se essa não for sua vontade.

Mas quero acordar para te ver. — Digo para mim mesmo.

— Vamos subir antes que eu arranque esse vestido de você.

— Não gostou do meu vestido? — Pisco para ele fazendo cara de coitadinha.

— Eu amei! Esse é o problema, ele é tão acessível!

Subimos para nossos quartos e ainda trocamos um beijo quente no corredor em frente à minha porta antes de nos despedirmos.

Entro para meu quarto ainda flutuando, sentindo meus lábios sensíveis por seus beijos e o resultado dos nossos amassos marcado em minha calcinha.

Beijei Peter Snow! Eu beijei!

Acordo com um sacudir no meu ombro e abrindo apenas um olho vejo Lena pairando sobre mim. 

— Vamos… acorda que não aguento mais esperar.

— Meu Deus! Já está tão tarde assim? O almoço!

— Que mané almoço. Quero é saber os babados.

Olho a hora em meu celular e gemo.

— Lena! Ainda são 9h40.

— Sim e eu já estou acordada. Vamos Vick eu preciso saber, o que o Peter queria falar com você? Vocês estão namorando? Ele te falou algo? Faz tanto tempo que Peter não namora ninguém!

— Lena, eu nem acordei ainda — Digo me desvencilhando do lençol para ir ao banheiro.

— Nem pense em fugir Vick.

— Preciso fazer xixi, Lena e escovar meus dentes.

— Você pode fazer isso e ir me contando e aí rolou? Não precisa me contar os detalhes, pois não quero saber o tamanho do pau do meu irmão.

Estava pegando minha escova e acabo deixando tudo cair no chão em um baque.

— Lena!

— Está bem! Deixarei você se escovar, mas seja rápida.

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