4. Roi

Vanuzia tinha razão em amá-lo!

Roi era, além de belo e formoso, o dono de um coração enorme, sempre disposto e pronto a ajudar os demais.

Nascera no Peru no mesmo ano em que ela começara a engatinhar em terras chilenas.

Não vinha de uma classe social definida e desde adolescente tomara gosto por se aventurar em expedições que ocorriam nas constantes escavações peruanas. No início fora somente uma diversão, mas com o tempo o que ele chamava assim acabou se tornando um trabalho.

Como há muito tempo se ausentara das salas de aula, pois não suportava sentir-se preso e acuado, dedicou-se com afinco ao ramo e um brilhante guia se tornou, com um senso de direção fantástico.

Com o passar dos anos tornou-se especialista no assunto, pois passou a conhecer profundamente as montanhas do Peru, as cavernas chilenas e as densas florestas da Colômbia, sendo requisitado regularmente para a maioria das expedições importantes que aconteciam.

Também estava com 30 anos quando conheceu Vanuzia e na melhor de sua forma física, enquanto escalavam uma montanha que parecia não ter fim. Fora amor à primeira vista!

Ela havia acompanhado o grupo como a responsável científica e o havia tratado desde o início como um simples guia, chegando mesmo a princípio a vê-lo como um carregador qualquer e Roi, na sua constante alegria de viver, não se importou. Com o tempo ela passou a demonstrar um pouco mais de afinidade para com ele, ao conversarem sobre um ponto ou outro da expedição. Depois de alguns dias a afinidade subiu muitos degraus e ela já o enxergava como um amigo. Daí para o amor foram somente mais alguns degraus...

Apesar disso ele sentiu uma enorme resistência nela, mas procurou não ser indiscreto em nenhum momento, deixando que as coisas que tivessem que acontecer ocorressem naturalmente.

E quando enfim ela parecera ceder e lhe conceder uma chance para que algo muito especial florescesse entre os dois, uma barreira surgiu entre os dois. Esta barreira tinha nome e sobrenome: Príncipe Kedaf!

Assim que foi apresentado a ele por Vanuzia, de pronto sentiu que não era uma pessoa confiável, dado a experiência que tinha adquirido durante todos os anos em que se aventurava por inúmeros perigos ao lado de todos os tipos de pessoas.

Já se encontravam novamente numa cidade peruana quando a apresentação aconteceu, então aproveitara para fazer alguns contatos, nacionais e internacionais, uma medida de segurança que era comum, e descobrira que ele era de fato um príncipe africano muito afortunado, fanático por grandes explorações.

Mas mesmo apoderado dessa informação, uma sensação ruim sempre tomava conta dele quando Kedaf estava presente, como se ele exalasse um odor de pura maldade.

Mas apaixonado como estava foi convencido facilmente por sua amada a participar numa nova expedição liderada pelos três, buscando a primeira parte da pedra Hiphitusi, ou ao menos ajudar a desvendar outra lenda antiga.

Assim como ela, ficou entusiasmado pela nova empreitada, mas a presença constante de Kedaf sempre o desanimava.

Mesmo assim tiveram um sucesso surpreendente na primeira parte de sua exploração, que acabou tendo como destino final a sua terra natal, e por algum tempo aprendeu a conviver com ele e deixou de lado toda e qualquer suspeita que pudesse prejudicar os trabalhos que se propuseram a realizar.

Agora, muitos meses depois, sozinho e quase perdido no deserto, com fome e sede, já tinha quase certeza que o príncipe o havia enviado para a morte.

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