Diz a lenda que uma pedra em formato da Lua cheia, dividida em quatro partes espalhadas pelo planeta Terra, seria a chave para um santuário que contém todo o conhecimento acumulado por milhões de anos em toda a existência humana. Quando três personagens, um falso príncipe, uma bela exploradora e um aventureiro, decidem se unir para decifrar essa lenda, não sabiam de todos os mistérios e perigos que poderiam encontrar no caminho. A lenda de Hiphitusi nos leva a um passeio pelo mundo, onde uma aventura regada pelo amor e pela obsessão nos faz refletir sobre quais são as riquezas que verdadeiramente se vale a pena buscar.
Leer másO sol já ia alto quando ele acordou.
Olhou em volta e somente a areia seca do deserto o cercava.
Por sorte encontrara um dia antes algumas árvores que geravam boas sombras, onde pode descansar um pouco. Só que o sono estava atrasado e dormira profundamente até a manhã quente do dia seguinte.
Estava exausto!
Procurou na mochila algo para comer e só achou um pedaço de pão velho. Teria que servir, pois não tinha outra opção.
Precisava encontrar algum lugar onde existisse comida ou estaria morto em poucos dias. A água do cantil indicava também estar no fim.
Um leve desespero tomou conta dele, mas nada comparado ao que sentira antes, ao iniciar esta tarefa que aceitara de bom grado.
Foram meses antes e não havia sinal de arrependimento no semblante do agora homem do deserto. Somente se notava nele uma determinação incrível, digna dos grandes conquistadores do passado.
E não é que esse era o objetivo de tudo pelo que estava passando!
Só que o prêmio não seria nenhum tipo de riqueza interminável. Se alcançasse seu objetivo receberia um grande amor como troféu. Seu único amor, sua maior motivação.
Após preparar o camelo para continuar seu caminho rumo ao desconhecido, pôs-se a estudar um grande mapa que trazia num canudo preso aos equipamentos. Pelo mapa estava perto, mas o deserto era ardiloso ao extremo e perdera a última noite dormindo enquanto deveria estar se orientando pelas estrelas.
Este mapa fora de certa forma sua primeira conquista, quando aceitara o desafio, se é mesmo que se podia chamar assim sua longa tarefa. Foi mais uma imposição louca de um ser mais louco ainda: Kedaf!
Precisava continuar a qualquer custo e a imagem traiçoeira de Kedaf o impulsionou para frente, abaixo do sol escaldante.
E assim o homem do deserto sumiu de vista.
Vanuzia abriu a sacola e mostrou a Roi o seu conteúdo. Ele a olhou incrédulo e conseguiu perguntar:— Como?Ela não se deu ao trabalho de responder. Retirou as partes que formavam a pedra Hiphitusi e começou a colocá-las no centro da parede. Não conseguiu, pois elas não cabiam, faltava espaço para as quatro juntas. Em vez de entrar em desespero, o que seria muito comum dada à circunstância, procurou por algum detalhe em sua mente. Mal conseguia ficar com os olhos abertos, achou que dormira por horas seguidas. Do seu lado, tombado, Roi ressonava com dificuldade.Estavam agora de costas para a saída e revezavam o restante do oxigênio que restava em seu cilindro. O de Roi já acabara há um bom tempo e o desânimo cobrira o seu rosto, dando-lhe um aspecto de alguém derrotado.Ela queria lhe dizer que não fora sua culpa, que ele fizera todo o possível, que estavam nisso juntos, e mais um milhão de coisas. Mas também estava fraca demais, consumida pe29. A esperança dourada
Quem é você?A pergunta de Kedaf ecoou pelo salão e em poucos segundos desapareceu. A resposta demorou mais tempo que ele achava que necessitaria, caso ela fosse simples. E quando veio, foi da mesma forma enigmática de antes e dentro de sua mente.Eu sou o que veio antes...E depois de mais um longo tempo a voz continuou. Ao olhar em torno percebeu que não havia mais água e se sentiu desprotegido, pois estava nu. Continuava a avançar dentro da luz que agora tomava conta de tudo e provavelmente era essa mesma luz que o conduzia. Deixou-se levar com a mente limpa.Sentiu-se girando até ficar na posição vertical e suavemente foi descendo até uma plataforma circular que avistou abaixo. Encostou os pés num piso macio, feito um tapete, mas ainda era mantido numa posição ereta pela estranha força que o conduzira até ali.Agu27. Entre o início e o fim
Será que vamos morrer aqui?A pergunta de Vanuzia se repetia na mente de Roi, que pela centésima vez tentava encontrar uma maneira de acionar os botões dos cantos superiores, apesar dela lhe dizer sempre que não adiantaria, pois nem mesmo os botões de baixo acendiam mais, estava claro como a água que o mecanismo já cumprira o seu papel, agora era esperar...— Esperar o que, meu amor! Sempre pensei em morrer junto a alguém que eu amo, mas não foi dessa forma que eu sonhei. Imaginei-me velhinho, sentado contigo numa
Após entrarem, um grande salão submerso se abriu a frente deles.Vanuzia acariciou uma das paredes lisas, sem emendas, aparentemente de um tom cinza, abaixo da camada de algas que a tornava a distância um pouco esverdeada.Após olharem com mais atenção encontraram num dos cantos próximos ao teto, na parede à frente, uma pequena saliência em forma de quadrado. Este local estava mais limpo, como se aparentemente não estivesse por tantos anos exposto às ações do tempo, e no seu centro havia um bot&
Último capítulo