Fui acordada no dia seguinte com uma ligação da minha melhor amiga, sentei-me na cama ainda um pouco atordoada e tentei entender do que se tratava, me surpreendendo ao descobri que a conversa teve um resultado ainda pior do que imaginávamos. Karen fora expulsa de casa assim que explicou a mãe que planejava continuar com a gravidez, e depois disso, fizera uma pequena mala e se mudara para a casa da sogra que para a surpresa dos dois, amou a ideia de ser avó. Eu apenas ouvia todas aquelas informações, ficando impressionada, e no final, só pude suspirar de alivio com aquele desfecho.
Assim que a ligação foi encerrada, levantei-me para fazer minha higie
Sendo honesta, não estava pronta para as informações que encontraria naquele diário, meu emocional ainda estava um pouco debilitado e depois de ler aqueles trechos, senti um forte aperto no peito, ergui meus olhos, fitando ao redor do quarto e pude imaginar vividamente todos os horrores que aquela moça havia passado dentro daquelas paredes. As descobertas eram chocantes, mas encaixavam-se lentamente dentro de um padrão compreensível. A mulher da parede, se chamava Elise e realmente viera do interior para trabalhar como babá daquelas duas crianças, dois meninos gêmeos de seis anos de idade que pareciam a a
Depois de praticamente ser expulsos, retornamos a estrada e pedi a Gabriel que me levasse até o fim do vale, onde ficava o cais, de onde poderíamos ver o mar e as poucas cargas que chegavam de navio para abastecer o comércio da ilha. De todo o lugar, aquele era o único em que me sentia bem e conseguia refletir, era como se fosse meu porto seguro.Parei em frente ao despenhadeiro, notando como a água batia sobre as pedras e suspirei, sentindo minha cabeça se encher novamente de perguntas. Respirei fundo e decidi ler o que estava escrito no diário que a senhora nos entregou, voltei meus olhos a Gabriel, que acendia um cigarro, e ao me ver, o apagou rapidamente, sorrindo amarelo.
Agachei-me na grama, procurando pela minha agenda dentro da bolsa e quando encontrei, desenhei o símbolo o mais parecido que pude, mostrando para ele em seguida, ficando um pouco sem graça por ter ficado malfeito por ser feito à caneta e estar tão ansiosa. – O que é isso? Ele questionou claramente escondendo o riso, mas fitava atentamente os detalhes que tentei passar para a folha de papel. – Desculpe-me! Minha coordenação está meio ruim... – Murmurei meio sem graça, apertando as mãos, nota
A conversa, que acabei ouvindo por acidente, ficou impregnada em minha mente durante parte da noite insone que acabei tendo, queria que meus pais sentassem comigo e conversassem a respeito da situação, não era mais uma criança e sentia que poderíamos mudar o rumo das coisas se não omitissem tanto de mim. Alguns poucos dias se passaram desde o pronunciamento da polícia, inicialmente, foi feita uma assembleia com os pais e o corpo escolar, queriam que as aulas fossem suspensas, porém, o período de relativa tranquilidade acabou por animar um retorno as aulas. Obviamente, as medidas e regras de segurança aumentaram paulatinamente, a sensação de insegurança ainda estava presente, mas precisávamos seguir em frente.Sentei-me diante da mesa,
Quando cheguei a casa de Mark, um complexo de apartamentos recém-construídos e onde inclusive meu pai havia auxiliado na produção da planta, parei em frente a porta da entrada, retirando meus sapatos e enquanto desafivelava o detalhe da sandália do pé esquerdo, deslisei os dedos pela planta do meu pé, sentindo uma longa e antiga cicatriz, o fitei melhor e notei que era o resultado do machucado que lembrava-me em meu sonho. Meu estomago se revirou ao perceber que aquilo realmente não havia sido um sonho e senti vertigem, percebendo que na verdade, aquele pesadelo terrível era uma lembrança que tentei, inconscientemente, esquecer.Aquilo estava tão escondido em minha mente que se não fosse a cicatriz deixada pela pedra afiada, eu jamais teria percebido que aquilo realmente havia acontecido.Contudo, não pude comentar a respeito pois, me deparei com uma cena no m&iacut
E novamente, a ansiedade resultava em uma insônia persistente, que me tomava com força e impedia de ter uma noite descente de sono, meus olhos secaram rapidamente e não demorou muito para os hematomas na perna atingida pelo carro começassem a doer, aparentemente, os medicamentos anti-inflamatórios estavam perdendo seu efeito. Minha mente estava cheia de pensamentos confusos, e um amontoado de perguntas sem resposta mantinham-me acordada. Em parte, a explicação de Karen retirou um pouco do peso em meu peito, não parecia ser algo tão ruim como meus pesadelos faziam parecer, mas imaginar que minha amiga tivesse algum tipo de dívida com uma entidade pagã, ainda me assustava um pouco.Enquanto os primeiros raios da manhã surgiam, o cansaço já me fazia rir dos meus próprios desalentos, a verdade era
Na manhã seguinte, acordei com os primeiros raios de sol adentrando pela janela, iluminando o quarto e afastando os últimos resquícios da noite. Bocejei, me remexendo sobre os lençóis, olhei para trás e notei o semblante adormecido do meu namorado que ainda dormia abraçado à minha cintura. Observando-o tão tranquilo, notei o quanto ficava bonito sonhando, seus cabelos claros estavam bagunçados e os lábios entreaberto, ressonando baixinho. Sorri com o pensamento, me erguendo e caminhei em direção ao banheiro, precisava ao menos escovar os dentes antes que ele acordasse.Tomei um banho, me sentindo diferente do habitual e sorri para o meu próprio reflexo, feliz por todas aquelas marcas deprimentes terem sumido. Parece que depois da noite que tivemos, o poder que aquela entidade tinha sobre mim, sumiu momentaneamente e isso me renovou as esperanças. Naquele mome
Enquanto caminhávamos de volta em fila indiana, passamos por uma pequena trilha por dentro do bosque onde algumas pessoas gostavam de correr com cachorros durante as manhãs de verão, era um ambiente amistoso e quase todos os moradores o frequentavam. Gabriel, ao meu lado, observava as árvores com um interesse estranho, seus olhos claros estreitavam-se como se procurasse por algo que mais ninguém estava vendo, e quando percebeu que estava sendo observado, voltou-se a mim.– Está vendo aquilo? Questionou em um cochicho, ainda esticando o pescoço para visualizar melhor o ambiente a nossa volta. – Parece uma moça acenando, mas não se aproxima, será que está machucada?Ouvi suas palavras ficando ainda mais confusa, desviei meus olhos dele e voltei minha atenção na direção em que ele indicava, mas