Eu estava na favela, no QG, dando ordens e garantindo que o buraco da morte do pai dela fosse fechado. O Paulinho já estava a caminho de resolver tudo.
— Alô? — minha voz era dura, sem paciência.
A voz do outro lado era de um dos meus vapores de confiança na parte leste da favela. A voz dele era rouca, assustada, quase irreconhecível.
— Chefe... aconteceu uma merda aqui.
Meu estômago gelou. Não era sobre o velho da Emily. Era algo pior.
— O que foi, caralho? Fala!
— O... o seu pai.
Eu parei de respirar.
— Meu pai o quê?
— Atiraram nele. No meio da rua. Um carro preto...
Parecia uma execução, chefe. Ele... ele tá morto. Não podia ser. Meu pai. Meu mentor. O homem que me ensinou a ser Léo, que me deu esse império.
Eu corri para o carro sem pensar. A mente vazia, só com a palavra "morto" repetindo-se. A cena do tiro no banheiro, o corpo do pai de Emily, tudo se apagou. A única coisa que importava era que a minha base, a minha rocha, tinha sido arrancada.
Cheguei ao