## Capítulo 4
Sinto o olhar dele me atravessar, como se pudesse ver cada pedacinho. O calor sobe pelo meu rosto ao perceber que estou apenas com um micro pijama feito de um tecido extremamente fino.
— Bela roupa. Você sempre atende a porta vestindo isso? ** ele diz, com um sorriso malicioso dançando em seu canto de boca.**
— N-não , é que eu achei que era a Letícia **respondo, tentando me cobrir inutilmente com as mãos**.
— Kkkk não precisa sentir vergonha. Você tem que perder isso se quiser seduzir o Marco “*ele fala, entrando e observando a casa com um olhar curioso.
_ Aliás, vou dar sua primeira lição agora.
— Lição? Como assim?
— Lembra que falei que ia te dar umas aulas de sedução?
— Lembro, mas...
— Sem “mas”, Luna. Então, a primeira lição é: você precisa perder a timidez. Suba já e vista sua lingerie mais provocante. Depois, venha se exibir para mim.
— O quê?
— O que você escutou. Vamos ter nossa primeira reunião do seu novo trabalho, e você só vai poder usar isso o tempo inteiro, sem se cobrir e sem perguntas.
Meu coração acelera. Estou chocada, mas não quero falhar na minha primeira lição. Ele já cumpriu sua parte do acordo; agora, é a minha vez.
— O que está esperando, Luna?
— Estou indo, já volto.
— Boa menina.
Subo as escadas, cada passo me fazendo refletir. Olho para a lingerie que comprei há tanto tempo, mas nunca usei. É vermelha, com uma liga provocante.
— Ok, não é nada de mais. Eu posso fazer isso **murmuro para mim mesma, reunindo coragem**.
Desço as escadas, e o olhar de Bem é como uma chama que me envolve. Sua respiração se torna pesada à medida que me aproximo.
— Bom, não estava esperando por isso. Uma garota com um rostinho de anjo guardado uma lingerie dessas em casa...
— Gostou? — pergunto, decidida a provocar, desfilando bem perto dele. Ele se afasta, limpando a garganta.
— Algum problema?
— De forma alguma. Vamos cuidar de negócios.
— Certo, então vamos nos sentar. Quer beber algo?
— Por enquanto, não ** ele responde, olhando ao redor**.
— Bem, eu verifiquei minhas dívidas hoje. Foi você quem pagou tudo?
— Claro. Ou você acha que seu ex-namorado babaca voltou para se redimir e devolver tudo?
— Ex-namorado… E obrigada.
— Sua gratidão é fazer seu trabalho. Agora, vamos começar com algumas regras.
— Em primeiro lugar, Luna, a coisa mais importante de todas: você não pode, em hipótese alguma, se apaixonar pelo Marco.
— Por que eu me apaixonaria por ele?
— Ele é um homem charmoso. Vocês vão passar muito tempo juntos. Você namorou um completo idiota por dois anos, então…
— Ben, dá para você parar de jogar meu relacionamento fracassado na minha cara o tempo inteiro? Não se preocupe, não vou me apaixonar por ninguém. Conheço bem meu papel.
— Conhece seu papel, é? A questão aqui é se você vai saber executar.
Fico irritada.
— O que foi? Que cara é essa?
— Você quer saber se vou saber executar meu papel, Ben?
Levanto-me e ando lentamente em sua direção, a confiança crescendo a cada passo.
— Quer saber se sei seduzir alguém?
Puxo o elástico fino da calcinha e solto, deixando-o bater com força sobre minha pele.
— Quer saber se sei deixar um homem ofegante por mim?
Ele prende a respiração. Então, sento-me em seu colo, sentindo seu corpo inteiro enrijecer. Chego perto do seu ouvido e sussurro:
— Quer saber se posso deixar um homem completamente louco para me tocar, ao ponto de fazer loucuras para me agradar?
Sinto sua ereção contra as minhas coxas, e quando olho em seus olhos, vejo um desejo ardente. Antes que eu possa pensar, Ben segura meus pulsos e me j**a de lado, subindo em cima de mim.
— Ben… — surpreendo-me com sua atitude.
— Não ouse brincar com algo que não pode levar adiante, docinho.
— E se eu não quiser parar?
— Vou ser obrigado a te foder aqui mesmo nesse sofá.
— Tá esperando permissão?
Ele me beija com uma força avassaladora. Seu gosto de menta é delicioso, e o cheiro do seu perfume amadeirado me deixa tonta. Ele desce para os meus seios, chupando e mordiscando com força meus mamilos.
— A-ai, Ben, isso…
Ele sobe para meu pescoço, deixando marcas, e continua seu caminho até minha orelha, sua respiração me fazendo delirar. De repente, ele para e se levanta.
— O quê? O que aconteceu?
Ben não diz nada, apenas pega sua jaqueta, vai em direção à porta e sai.
— Mas que porra foi essa?
Meu coração acelera. Será que assustei ele? Espero não ter estragado tudo. Depois de alguns minutos presa em pensamentos, alguém toca a campainha novamente. Coloco um robe para atender.
— Oi, Ben... Olha, me desculpa.
— Não precisa pedir desculpas. Eu meio que surtei; não acho que seja uma boa nos envolver desse jeito.
— Que jeito? Eu só estava sendo uma boa aluna.
— A-ahh, sim… Então, vou ser um bom professor.
Ele parece decepcionado.
— Certo, vai ter um evento de caridade no próximo final de semana. Vai ser perfeito para você ter o primeiro contato com o Marco.
— Em uma semana? Não sei se estarei preparada.
— Não se preocupe, eu vou te ajudar. Você sabe muito mais coisas do que eu imaginava, e também não é bom te robotizar.
— Robotizar?
— Sim, claro que você tem que agradá-lo, mas tem que ter personalidade. Se não gostar de algo, fale francamente. Se não souber de alguma coisa, não vai bancar a espertinha.
— Claro, entendo, mas ele deve estar acostumado a sair com mulheres lindas, inteligentes e ricas. Como vou explicar para ele que uma simples assistente está participando de um evento de caridade?
— Marco com certeza vai pesquisar tudo sobre seu passado. Não dá para mentir, porém podemos achar alguém para mentir no seu lugar.
— Como assim?
— Meu segurança, o Tony, é a pessoa em quem mais confio. Ele pode fingir ser alguém rico e você vai como acompanhante dele. É só deixar bem claro que vocês são apenas amigos.
— E como vou fazer o Marco prestar atenção em mim?
— Vou cuidar para que vocês fiquem na mesma mesa e vou orientar o Tony a se aproximar de outra mulher e te deixar de canto. O Marco adora ser o salvador de uma dama.
— Certo, está parecendo um excelente plano; só não sei se tenho o que vestir para um evento como esse.
— Não se preocupa, vou mandar o Tony te pegar no meio da semana para vocês fazerem umas compras. Você vai precisar de um guarda-roupa novo. É bom que vocês pegam um pouco de intimidade.
Ben tira algo do bolso.
— Aqui, esse cartão agora é seu. Pode usar com o que precisar enquanto estiver trabalhando para mim.
— Nossa, obrigada, Ben!
— Por nada. Agora tenho que ir; já está tarde. Te vejo depois, Luna.
— Tchau, Ben! Até mais.
A semana passa rapidamente. Na quarta-feira, Ben me manda uma mensagem dizendo que o Tony vai me pegar depois do trabalho para fazermos compras juntos. Estou no final do expediente, ansiosa por roupas novas.
_Isso vai ser incrível!
Já estou arrumando minhas coisas para ir quando vejo meu chefe, Alex, se aproximar.
— Oi, Luna! Vou precisar que você faça hora extra hoje.
— Fala sério, hora extra? Tenho que ir fazer compras com o Tony! Merda!
Ligo para Ben, explicando a situação, mas ele não recebe bem a notícia.
— Sério isso? Você falou que o trabalho não ia interferir. Já disse que pode largar ele; estou te pagando três vezes mais do que ganha aí.
— Não sei até quando isso vai durar, Ben. Quando acabar, vou precisar de um emprego fixo.
— Que seja. Vou falar para o Tony te encontrar em uma hora, então.
— Obrigada.
Depois de uma hora, estou pronta para ir. Saio e olho ao redor. Ben disse que Tony já estava esperando. Vejo um homem alto, com cabelos castanhos, uma barba longa e olhos claros. Seu corpo escultural parece exalar sensualidade enquanto ele se aproxima, com um olhar penetrante.
— Olá, você é a Luna?
Deus do céu, que homem lindo...