O perito não conseguiu conter as lágrimas que ameaçavam cair e, com um suspiro pesado, disse:
— Rodrigo, você e a Patrícia voltem para a delegacia. Se houver qualquer novidade, o subcomandante e eu entraremos em contato com vocês.
Minha mãe, no entanto, parecia alheia às palavras dele. Com as mãos enluvadas, acariciava delicadamente a mancha de sangue no chão:
— Lili... Quanto deve ter doído nela...
Os policiais mais sensíveis começaram a soluçar baixinho, incapazes de conter a emoção.
Meus pais, completamente devastados, entraram no carro.
Ao observar o olhar perdido dos dois, senti meu coração se apertar, como se fosse esmagado por uma força invisível.
Desde o dia em que fui trazida de volta para casa até o momento da minha morte, nunca ouvi meus pais me chamarem de “Lili”, nem sequer uma vez.
Foi apenas quando Liz, do centro de perícia, entregou o laudo de exames para meu pai que a situação se tornou inegável. Liz lançou um olhar de compaixão para minha mãe, que parecia estar em um