Minha mãe entregou ao perito o pedaço de papel que havia sido corroído pelo ácido gástrico.
Ela esfregou a cintura, que estava um pouco dolorida, e, com um suspiro de frustração, disse ao meu pai:
— Espero que esse papel nos traga algum resultado. Você lembrou de avisar o Sabi para trancar a porta de casa?
Meu pai, com o semblante sério, acenou com a cabeça e, hesitante, falou:
— Querida, você não acha estranho que a Lívia não atenda às ligações e nem tenha dado notícias do Fabiano? Não estará acontecendo algo grave, estará? Devo mandar alguém investigar...
Minha mãe, irritada, o interrompeu:
— Chega, você ainda não conhece a sua filha? Ela deve estar se escondendo, esperando que a gente a procure! Não é a primeira vez que ela faz isso. Ela só não quer ir ver o jogo do Sabi. Mais tarde, amanhã, ela vai estar chorando ao telefone, pedindo desculpas para nós.
A última vez que desapareci foi nas férias de verão, quando fui trancada no banheiro da escola pela Sabrina.
A escola estava des