Minha mãe parecia ter pressentido algo. Ela apertou o braço do meu pai, com as unhas cravadas profundamente em sua carne.
— O corpo é da sua filha, Lívia.
Minha mãe caiu no chão, repetindo, incrédula:
— Lívia? Como é possível ser ela?
Meu pai a segurou firme, impedindo que ela caísse completamente no chão.
O policial da equipe sussurrou:
— Rodrigo, encontramos a cena do crime, perto de um prédio inacabado, em uma casa de construção própria.
— Vamos primeiro à cena do crime. O departamento de perícia deve ter cometido um erro. — Meu pai tomou uma decisão imediata.
No carro da polícia, minha mãe discava meu número repetidamente.
Meu pai dirigia sem desviar os olhos da estrada, tentando se confortar:
— Não tenha medo, talvez a Lívia tenha ido para a delegacia e combinado com o pessoal da perícia para nos enganar.
Mas ele sabia, no fundo, que esse tipo de coisa não poderia ser forjado.
Não sabia explicar o que senti, mas parecia que meu corpo estava sendo apertado por cobras venenosas,