Ponto de Vista de Sebastian
A dor foi imediata.
A flecha de luz atravessou meu peito com uma força indescritível — uma energia quente, cortante, divina. Pude sentir cada parte do meu corpo queimando, se despedaçando em cinzas e sendo arrastada para algo muito pior do que a morte. O ar deixou meus pulmões, e antes que eu pudesse gritar, tudo ao meu redor se dissolveu em pura escuridão.
A luz desapareceu.
O mundo desapareceu.
E eu estava sozinho.
O cheiro era sufocante — enxofre, sangue queimado e podridão. Aquele odor nauseante penetrou meus pulmões e minha mente. O som de vozes sussurrando me cercava, um coro de tormento, de almas condenadas que choravam e riam ao mesmo tempo. Eu tentei me mover, mas meu corpo não respondia. Minha pele ardia, como se labaredas invisíveis me consumissem lentamente.
Então, uma risada ecoou pela imensidão sombria.
Uma risada que eu já havia escutado em pesadelos antigos, antes mesmo de aprender a manipular as trevas.
— Sebastian… — a voz era profunda