Cinco anos depois.
O sol de Dubai continua o mesmo, dourado e quente como fogo. Mas a minha vida… essa não tem mais nada a ver com o deserto que me engoliu anos atrás.
Hoje, ele floresceu em mim.
O jardim está cheio de crianças correndo. As flores que Khaled mandou plantar em homenagem ao nascimento de nosso filho desabrocham como se soubessem que é um dia especial. As fontes jorram água cristalina, e os sons de riso, vida e amor enchem cada canto da nossa casa.
Sim, nossa. Porque hoje tudo me pertence também.
— Mamãe! Olha o que eu fiz!
Meu pequeno corre na minha direção com os olhos brilhando. Cabelos escuros, pele dourada, e aquele sorriso travesso que ele definitivamente herdou do pai.
— O que foi, Adir? — pergunto, abaixando para abraçá-lo.
Ele estende um desenho feito com giz colorido. É a nossa família. Eu de vestido longo, Khaled alto ao meu lado, e ele entre nós segurando nossas mãos. No céu, o nome dele está escrito em letras grandes: ADIR AL-SAUD.
Meus olhos se enchem de lá