Capítulo 14

Vanessa de Paula

Miguel sai do banheiro me deixando atordoada, golpeada, me sinto sufocada, fragilizada como um cristal.

Quando fiquei bêbada não medi as consequências e fiquei indefesa,

me senti desprotegida, do mesmo modo que me sentia quando quando era só uma menininha que usava tranças,

Aquela garotinha que tinha pavor do olhar sujo que seu tio lhe dava sobre seu corpo infantil e sem curvas.

Aquela garotinha que nunca foi protegida nem cuidada por ninguém.

Eu não suportaria ser violentada, isso com certeza seria o punhal que me mataria de vez, me arrebentaria sem conserto.

Me recomponho e faço um esforço para demonstrar que estou bem e não uma torre de cartas pronta a desmoronar com qualquer sopro.

Quando saio do banheiro já vestida com minha armadura encontro o Miguel a arrumar suas roupas numa mala, com sua expressão carrancuda de sempre.

__ Sr Prado!

O chamo mas ele não me olha e continua arrumando suas coisas como se eu não estivesse ali.

__ Miguel!

O chamo novamente e minha v
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