Capítulo Quatro

Era uma grande sala ampla, na verdade um salão enorme. Me pergunto, o quão grande é aquela mansão? Havia um ar gótico nos detalhes da construção da sala de reuniões. Era incrível. O chão de mármore branco com pigmentações pretas, as paredes pintadas em cores quentes e um tipo de púlpito com três degraus.

Sim, tudo aquilo me surpreendeu por segundos, mas logo veio aquilo que eu menos queria ver, sentando em um trono de ferro, no púpilto citado a cima, estava Elijah com sua postura dominadora, ao seu lado estava sua esposa também sentada em um trono menor que o de seu marido.

 O olhar de Linda para mim era de raiva e provocação, Drake e Justin me fizeram andar, na sala de reuniões havia dos dois lados do salão cadeiras ordenadas de ouro menores que os dois tronos, as cadeiras estavam preenchidas por vampiros anciãos, atrás dos mesmo, a uma distância considerável, havia uma longa lareira, não sei ao certo o que era, mas sei que as paredes eram cercadas por fogo, era até cômico já que vampiros tem pavor a fogo.

 Enquanto Drake e Justin me levavam para perto de onde Elijah e Linda estavam os anciãos me analisavam com as sobrancelhas erguidas todos menos um que me olhava com um ar sombrio, ao todos eram doze anciãos, seis em cada lado do salão, enquanto eu andava não tirava os olhos do rei e ele não tirava os olhos de mim, me olhava com dureza no olhar e eu o olhava sem medo algum, mesmo sabendo do que possivelmente eles estavam tramando para mim.

" Não desmontre fraqueza diante dos seus inimigos, eles veram isso como uma vantagem sobre você. "

A voz do meu pai ecoou em minha mente em um certo dia quando ele ainda estava vivo. E segui o seu conselho, porque o meu pai me ensinou algumas coisas antes que sua vida fosse tirada.

- Nossa, que primitivo. - Falei com deboche assim que cheguei perto dos dois, Linda me fuzilou com os olhos e Elijah me olha com aquele olhar de quem manda um aviso, mas esse desgraçado me prendeu por três dias dentro de um quarto e possivelmente vai me matar se ele acha que vou abaixar a cabeça depois disso, ele está muito enganado, esse vampiro vai pagar, ele e essa vaca da mulher que o mesmo chama de esposa.

- Gostou da sua hospedagem? - Linda perguntou com deboche e o ar de quem pouco se importa comigo, mas eu também não me importo nenhum com ela então estamos quites. Mas me importo o suficiente para provocar essa barbie vampiresca.

- Amei, só faltou o seu marido para a diversão ficar melhor. - Falei maliciosa, olhei para Elijah, ergui a sobrancelha, olhei para a virilha dele e por um segundo vi um sinal de um sorriso nascer nos seus lábios, mas acho que foi só impressão minha. Porque logo sua expressão estava séria e me olhava com a sobrancelha erguida. Alguns cochichos foram ouvidos entre os anciãos. Mandei um beijo para o mesmo e vejo ele se mexer desconfortável em seu trono. Eu também sei jogar reizinho. Mesmo com a minha vida em jogo.

- Como ouça falar tais coisas para um rei? - Linda fala com certa raiva, a mesma se levanta, anda até mim e me encara bem perto com o olhar ameaçador. Cruzei os braços e a olhei com deboche. - Você não tem medo da morte inferior? - Ela pergunta com aquele tom de ameaça, mas se ela pensa que vai me intimidar, bom, ela não me conhece. E certamente é burra o suficiente para está tão perto de mim, sabendo que estou com as mãos soltas. Quando a mesma citou morte, meu corpo tensionou levemente, mas já falei que sou boa para esconder algumas emoções.

- Medo da morte eu talvez tenha, mas essa ameaça vindo de você não me assusta nenhum pouco, porque sei que para matar alguém precisa-se de coragem. Coisa que você não tem. - Falei de forma descontraída, os anciãos sussurram entre si ao nosso lado, Linda treme de raiva e levanta a mão para bater em meu rosto. Digo que já estava pronta para mais um round com ela e desta vez não seria tão boazinha.

- Já chega! - Elijah fala de uma forma tão autoritária que sua voz fica mais grave e assustadora, Linda para a sua mão no ar, eu a encaro sem um pingo de medo e vampira se vira para seu marido.

- Mas querido você ouviu o que...

- Eu falei, chega! - Ele a interrompe com dureza na voz, o vampiro estava sério e olhou para ela com um olhar mortal, parece que o rei tem autoridade afinal. Linda me olha com ódio em seus olhos azuis e eu como sou da afronta apenas sorri debochada para ela que fechou as mãos em punhos e foi pisando duro para o lugar ao lado de seu marido. - Ravina, creio que está se perguntando o que faz aqui.

- Óbvio, o que eu estou fazendo aqui, ò rei? - Falei com deboche e para piorar ainda me curvei em puro desdém, os anciãos sussurravam e me olhavam acusadores havia um que me olhava com um olhar mortal, mas vai saber o porquê e eu sinceramente não queria saber.

 Fui trazida para cá sem minha vontade, eu fui trazida para cá por me divertir um pouco com dois humanos, não importa se ambos morreram ou não, mortais servem para isso, eles são a nossa fonte de vida, sem o sangue deles nós enfraquecemos e eu não ressecaria até morrer. Está bem que os vampiros do meu clã tinham bolsas de sangue e quem as proporcionassem para eles, mas eu não queria sangue frio, o melhor do sangue é você tomar direto da fonte e era isso que eu fazia e se eu não morrer hoje irei continuar a fazer.

Mas pelo que ouvi nos corredores vindo para cá, meu destino já está, provavelmente, certo. Ao que tudo indica fui trazida aqui neste salão para saber que vou ser condenada a morte pelo sol.

- Não use do seu sarcasmo comigo Ravina, ele não funciona! - Elijah fala com o semblante duro, será que ele não sorrir? Como deveria ser o rei sorrindo? Eu já o vi sorrir uma vez e acreditem o mesmo é muito mais bonito quando sorrir, mas isso não é da minha conta não é mesmo! Além disso, ele vai decretar minha, possível, sentença de morte.

 Dei de ombros para o que ele havia dito, pouco me importa se funciona ou não com ele, mas tem uma pessoa que é super vulnerável ao meu sarcasmo e acho que todos já sabem quem é. Olho para Linda, a loira me olhava com ódio, pisquei o olho para ela e mandei um beijinho. A vampira mordeu os lábios com força, olhei para a mão dela e a mesma estava em punho e a mão dela tremia de tanta raiva, mas eu sabia que ela não podia fazer nada comigo, o rei não permitiria, ele me trouxe para cá por livre e espontânea vontade então esse idiota que aguente e ainda por cima me trouxe para cá sem me falar que tinha um peso morto ao seu lado. Olho para Elijah e sorri de lado mostrando uma falsa inocência em meus olhos.

- Como é ter um peso morto ao seu lado? - Pergunto para o rei e olho para Linda que se levanta com os olhos me fulizando, tenho certeza que se ela pudesse me matar a vampira me mataria neste exato momento.

 A rainha deu um passo em minha direção, mas Elijah levantou a mão e a parou no mesmo segundo. Ela olhou para ele com raiva em seus olhos, o rei a olhou com uma frieza tão grande que tenho quase certeza que o Alaska perderia para o seu olhar frio.

 Linda sentou no trono de forma dura, cruzou os braços, como é bom atingir as pessoas assim a ponto delas ficarem nesse estado em que a cretina está. Elijah me olhou e vi um vestígio de sorriso em seus lábios rosados, mas o vampiro logo disfarçou, porém o vi e um sorriso de vitória nasceu em meus lábios, contudo o olhar dele logo se tornou frio para mim e soube que aí vinha algo que, com certeza, eu riria em escárnio.

- Ravina você não aprende nunca, não é mesmo? Você precisa controlar essa sua língua afiada, caso contrário, vai perde-la. E pare de falar com Linda com seu talentoso sarcasmo. - Ele falou, o que eu disse sobre rir com escárnio? Foi o que eu fiz, mas vi algo e juro que não foi somente a mim que viu o que veio em seguida, Elijah, o safado piscou para mim, mas foi rápido o suficiente para que só eu tenha visto, porém ao meu lado Justin prendeu a respiração e, sim, não foi somente eu que vi aquele ato do rei.

 Eu sorri sapeca para o vampiro e desta vez ele ficou sério, mas em seu olhar eu podia ver que o  mesmo sorria, só não com os lábios, mas seus olhos sorriam para mim, ele é tão intenso e tão lin...

Acorda Ravina, não se deixa levar lembre-se o que você tem que fazer! Além disso, lembre-se que, provávelmente, ele vai m****r matar você. E outra, você o odeio, lembra?

Falo para mim mesma e logo volto a minha postura confiante, eu não posso me deixar levar por esse homem, ele me levou de casa, para longe de todos aqueles que conhecia que eram minha família. Está bem que não demonstrava muito que me importava com eles, mas ainda assim, os considerava como família.

 E eu não tive nem sequer escolha disso, está bem que o idiota, cretino e grandalhão é bonito, quer dizer, além de bonito ele... Não tem palavras para distinguir esse homem, o rei é uma muralha de músculos, seu corpo é o sonho de qualquer um, sem contar sua postura iponente e dominadora, seus olhos azuis frios como gelo, aquela barba que o deixa atraen...mas que merda estou pensando? Ele é um filho da mãe que me tirou do meu lá e eu não sei o porquê, mas vou descobrir, ah, se vou.

Isso se você não morrer!

Falei para mim mesmo, na verdade, minha consciência critou na minha cabeça. O que me deixou bem chateada, porque ela me lembrou que, possivelmente, vou morrer hoje. O que não é uma boa coisa.

- Tudo que o rei desejar, assim o farei. - Falei na inocência, dessa vez eu juro que não falei com segundas intenções, mas assim que olhei para Elijah e vi o brilho malicioso em seus olhos foi que me dei conta de como aquilo poderia ser interpretado de uma forma errada. Linda olhou para o marido e logo após para mim com os olhos fervendo em fúria. Tudo bem, a culpa não foi minha se o rei interpretou de uma maneira maliciosa, porém estou ciênte que não falei por mal. Ou falei?

  Abri a boca para consertar o meu erro, mas resolvi deixar para lá. Não sou obrigada a fazer nada, ou dizer o que agrade as outras pessoas, cada um que tenha sua interpretação daquilo que falo, pensando de tal forma coloquei uma mecha de cabelo para trás da orelha despreocupadamente.

- Vamos ao que interessa ou não? Vamos conversar o que realmente essa mulher veio fazer aqui na sala de reuniões ou vocês irão ficar flertando um com o outro? - Linda falou com raiva e autoridade na voz. Assim que a vampira soltou sua frase, Elijah a olha por alguns instantes não conseguia decifrar seu olhar em direção a ela, mas não era nada bom.

 Nesse curto momento em que os dois reis estavam se encarando, virei para Drake e o olhei como quem pergunta: " Que vai acontecer?" E ele ainda bem entendeu, logo me deu a resposta e acredite eu não gostei.

O vampiro passou o dedo pelo seu pescoço como quem passa uma faca, apontou para mim, arregalei os olhos e um frio me tomou, droga, eles iam mesmo decidir minha morte? É isso mesmo? Tudo bem, que já estava sabendo, mas pensei por um momento que era somente uma mentira, mas vejo que não. Puta merda, e eu bricando com a minha própria morte. Pela deusa mãe, eles vão mesmo querer me matar. Droga, sobrevivi a tanta coisa para morrer nas mãos de um idiota que se denomina rei.

 Assim que Elijah me olhou novamente, ele pode ver em meus olhos o medo que eu tentava esconder desde que entrei nesse salão, logo o rei olhou para os dois que estavam ao meu lado e ambos abaixaram a cabeça e tentei esconder falhamente o medo que me rodeava, a morte é algo que nunca pensei que chegaria tão cedo para mim, quer dizer, quase fui morta várias vezes, mas ainda assim. Já lutei tanto para morrer sendo exposta no... sol.

Então aquelas duas vampiras mexeriqueiras estavam certas, que droga. Neste momento tudo o que se passava na minha cabeça era a minha mãe, e como ela iria ficar quando soubesse, se caso soubesse que hoje eu iria morrer. Talvez, ninguém iria falar para ela e a mesma nunca saberia que sua filha estava morta.

Uma tristeza me tomou e eu nunca pensei que ficaria tão vulnerável, mas pensar em minha mãe e na possibilidade dela nunca ficar sabendo sobre minha morte, me fazem ficar aflita. Se eu pudesse voltar a uns segundos atrás escolheria ficar quieta e não perguntar nada a Drake. Tudo bem que eu meio que já sabia, mas é tão foda. E ele bem que poderia mentir pelo menos nessa parte.

 Elijah estava falando alguma coisa, mas eu não conseguia ouvir, tudo ao meu redor se tornou um borrão, e as vozes zumbidos, a minha respiração estava acelerada, e fechei os olhos para tentar me controlar e aos poucos o pânico foi passando e preferia não ter ouvido o que ouvi quando minha audição voltou ao normal.

- Ela merece ser exposta ao sol por sua ousadia. - Eu ouvi a voz de um dos anciãos, senti uma fisgada no coração que batia de uma forma descompassado, engoli em seco pois minha garganta parecia uma lixa, olhei para aquele o qual tinha falado tal coisa e era o mesmo que tinha me olhado com raiva.

 Me virei para os tronos, olhei para Elijah que estava de boca meio aberta, um olhar sombrio não para mim, mas sim para aquele vampiro ancião e logo depois direcionei meu olhar para Linda que estava com um sorriso vitorioso no rosto.

 Uma raiva tomou conta de mim, porém desta vez me controlei, ela não valia a pena meu esforço. Afinal, pelo que pude ver nesse pouco tempo é que ela não é nenhum pouco feliz. Se disser que é, estaria mentindo. Consigo ver isso.

  - Quem concorda comigo?

 Mais uma vez aquele maldito ancião falou, eu me virei e pude ver dez dos anciãos levantaram as mãos, arregalei os olhos, quase todos concordaram com aquilo e me virei para olhar para o rei.

- O que é isso? Você me trouxe para cá somente para morrer? Por que não fez isso antes? Você poderia muito bem ter me matado quando teve a change. - Eu perguntei com raiva na voz olhando para o rei, estava com tanta raiva que todo o meu tremia, Elijah não falou nada ele me olhava com pena e arrependimento, mas do que valia a pena e o arrependimento dele agora? Nada, já que eu estava com uma sentença de morte.

Estava desesperada isso todos podiam ver, olhei para os dois que estavam ao meu lado e eles estavam tão chocados quanto eu, sabia que ambos não podia fazer nada para me salvar, Justin estava com olhar horrorizado em seu rosto, não aguentei e deixei uma lágrima cair dos meus olhos deixando um caminho de sangue em meu rosto, nada importava mais.

 Eles podiam me ver chorar como uma menininha, logo eu iria morrer mesmo, mas a maior decepção foi que Elijah falou que eu não morreria se fosse dele, Miguel me entregou a ele e quando chego aqui nada mudou, acho que ele só não queria me matar perto da minha mãe porque sabia que ela não aguentaria vê a filha morrer e pensando por esse lado foi até melhor assim.

Não me peodoaria nunca, nem mesmo do outro lado, sabendo que minha mãe me veria morrer. Mas também sabia que não teria descanço se morrer e ela não souber de nada.

Olhei para Elijah com raiva nos olhos, o mesmo me olhou com um olhar de quem não sabia o que fazer, mas se o vampiro quisesse fazer alguma coisa ele teria feito, afinal o dito cujo é o rei de Kings Landin's, havia essa esperança Elijah podia não concordar com aquilo, mas ele não fez nada e Linda fez em seu lugar. Não a meu favor, é claro.

- Então está decidido, prendam a acusada. - A loira fala com um tom de vitória na voz, um sorriso presunçoso em seu rosto e os dois ao meu lado não sabiam o que fazer, ficaram com confusos e indecisos. - Vamos vocês dois, levem ela até o salão princípal. - Linda ordena para os vampiros ao meu lado, eles ainda meio hesitantes pegam nos meus braços e me levam para fora dali, mas antes de sair totalmente olho para Elijah com decepção. Não me pergunte o porquê, só olhei para ele dessa forma, o rei abaixou a cabeça e fui arrastada do salão de reuniões.

Eles me levaram para o mesmo corredor em que me trouxeram, estavam me levando de volta para o salão princípal, os vários vampiros ainda estavam ali, todos me olhavam com uma mistura de pena, deboche e pesar.

Logo chegamos nas portas duplas, mas antes dela se abrir ouvimos uma voz grave atrás de nós.

- Esperem!

Drake, Justin e eu olhamos para trás para vermos Elijah andando em nossa direção meio apressado, porém com sua postura imponente e autoritária, os vampiros ao nosso redor sumiram em um piscar de olhos como se fugissem da presença do rei, abri a boca para o insultar, mas assim que ele chegou perto de mim o vampiro foi me puxando para perto de si e selou nos lábios.

Eu fiquei surpresa com aquela atitude inesperada, travei por um instante, mas logo comecei a retribuir ao beijo, comecei a sentir as minhas pernas ficarem bambas, senti algo estranho dentro de mim como se houvesse um fogo no meu interior e esse mesmo fogo se espalhesse por todo o meu corpo me deixando de uma forma que nunca estive antes.

 Elijah me puxa para mais perto de si, me beija mais profundamente, seu beijo é bruto e ao mesmo tempo suave. Ele é dominante. A sensação que passa pelos nossos corpos é inexplicável. A conexão que se estabelece entre nós é indescrítivel. Naquele momento só existia nós dois e nada mais importava. Levo a minha mão para os cabelos de sua nuca, puxo alguns dos seus fios longos, o rei geme e por fim morde meu lábio inferior de uma forma tão erótica e quente que eu não sei explicar a vontade que aquele ato despertou em mim.

Mas de nada adianta ele fazer isso agora, afinal, vou morrer queimada. Sua atitude não apaga o que o vampiro podeia ter feito para me salvar, mas Elijah agiu como um verdadeiro rei e nada fez para me salvar. No final, eles só se importam consigo mesmos.

- Não a trouxe aqui só para morrer, eu a trouxe para ser minha, mas você é impulsiva, deu uma surra na minha esposa e isso te condenou. Mas queria que fosse diferente! - Elijah falou me olhando nos olhos, suas grandes mãos estavam no meu rosto acariciando a região.

- Como eu poderia ser sua, se você é comprometido? - Pergunto olhando para ele, era incrível como o vampiro a minha frente era alto devia ter uns dois metros de altura ou até mais, para olhar para Elijah eu tinha que levantar a cabeça.

 Ele me olhou nos olhos com culpa, não respondeu minha pergunta, ao invés disso selou nossas bocas novamente em um selinho demorado e depois se afastou passando por mim indo em direção ao salão princípal, ali onde nós estávamos, antes com muitos outros vampiros, não havia mais ninguém além dos meninos e de mim.

 Os dois vampiros estavam tão surpresos quanto eu com o que acabou de acontecer. Ele disse que não me trouxe para me matar e sim para ser dele, mas o mesmo não respondeu a minha pergunta, como Elijah queria ficar comigo sendo que tem a Linda? Parece que vou morrer sem saber essa resposta, o barulho das portas duplas sendo abertas é ouvido.

- Chegou a hora Ravina, sinto muito por isso, foi bom conhecer você. - Justin falou, os olhei e sorri apesar do momento. Meu sorriso era verdadeiro para eles.

- Prometam para mim que vão lutar pelo amor de vocês, apesar de tudo. - Falei segurando na mão de cada um deles, os olhando em seus lindos olhos e os dois desolveram o olhar para mim. Justin e Drake se olharam com carinho e assentiram.

 Abracei os novamente e logo depois do abraço eles me levaram para o centro do salão princípal que agora mais parecia uma arena, pois havia um grande círculo de vampiros a espera do meu julgamento.

 Assim que entrei os barulhos de gritos, assobios e vaias começaram, não sabia que havia tantos vampiros assim aqui, mas fazer o quê!? Eu fiquei presa por três dias dentro de um quarto, mas agora nada mais importava, havia um lugar específico para o rei e a rainha eles estavam como destaque, Linda estava com aquele sorriso vitorioso em seu rosto pálido e Dreivon me olhava apreensivo e com pesar.

 Os responsáveis por me deixarem no centro daquele salão logo o fizeram, me pondo no centro daquele círculo e logo saíram dali, mas antes Drake tirou meu cordão de prata com uma esmeralda de tamanho média que me protegia do sol.

 Ele sussurrou um "Sinto muito", antes de sumirem no meio daquele círculo os dois me olharam com pena, olhei para todos ali e logo achei os anciãos do outro lado da sala me olhando com expectativa, como muitos vampiros ali. Aquele que me deu a sentença de morte levantou a mão e todos pararam o que estavam fazendo para prestar atenção no que o velho iria falar .

- Estamos aqui para testemunhar o fim de uma vampira rebelde, que isso sirva de exemplo para cada um de vocês aqui presentes, se tentaram algo contra o rei ou a rainha, essa é a sentença! - Ele falou, logo ouvimos um barulho metalico, o som era alto, olhei e vi o teto do salão se abrir.

 Recuei um passo, logo pude ver os primeiros raios solares, a cada movimento lento que aquele teto dava, o desespero e medo cresciam dentro de mim e a luz do sol começou a tomar o ambiente. O desespero tomou conta de todo o meu corpo, olhei para Elijah que me olhava com os olhos arregalados, os raios do sol começaram a queimar a minha pele e a dor insuportável começou a me consumir.

Foi então que agonia começou, senti o meu todo o meu corpo em chamas, foi inevitável não gritar, a dor era horrível e a minha pele começou a se desfazer como se todo o meu corpo fosse feito de cera.

O meu corpo começou a incendiar, cai de joelhos não suportando mais me manter de pé, as chamas estavam me consumindo, os meus gritos de agonia eram ouvidos por todos e quando pensei que tudo estava perdido, algo começou a acontecer. Ouvi uma voz masculina na minha cabeça que repetia constatimente:

"Fermatus mater incendia"

"Fermatus mater incendia"

"Fermatus mater incendia"

 Com esse som ecoando na minha cabeça senti algo fluir de mim, como se fosse uma energia que vinha de todo o meu ser, me rodeando e me protegendo daquela agonia insuportável, como uma barreira invísivel. Então a agonia passou, a dor foi ficando bem menor e logo o sol não me fazia mais sentir dor, as queimaduras foram sarando e logo ouvi murmúrios de surpresa e espanto.

Não reconheci as palavras que ecoaram em minha mente no primeiro momento, mas logo lembrei que aquilo se tratava de um feitiço de proteção e a quem pertencia a voz que ecoou em minha cabeça. E no meio de tantos olhares de espantos e infelicidade. Eu me lembrei de algo que havia esquecido.

Um elo antigo que havia feito com um amigo bruxo chamado,  Samuel, ele me salvou.

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