Usei Meu Cadáver para o Meu Casamento
Usei Meu Cadáver para o Meu Casamento
Por: Onze
capítulo 1
Uma semana atrás, eu ainda era a noiva inválida do Sr. Ícaro.

Acreditava piamente que ele me amava de verdade até recuperar a audição.

Eu jamais me casaria com um mentiroso. Por isso, contratei um serviço de falsa morte. Sim, eu planejava comparecer ao nosso casamento — no caixão.

Antes de desaparecer, porém, fiz o que sempre fiz, participei da festa de aniversário que Ícaro organizou pra mim, fingindo ser a noiva perfeita.

Ele me empurrou na cadeira de rodas até a mesa, serviu minha comida com delicadeza e até descascou camarão com todo cuidado.

Um dos amigos dele se aproximou, deu um tapinha no ombro de Ícaro e soltou, com um sorriso malicioso:

— Marido dedicado, hein? Faltam só cinco dias pro casório. Mas e a Ana, sua amante? Vai me dar ela de presente?

Ao ouvir isso, apertei o garfo com força. Esperei pela resposta de Ícaro.

Ele terminou de colocar o último camarão no meu prato, pegou o guardanapo e limpou as mãos com elegância. Nem pareceu se importar com o insulto que acabavam de fazer à sua noiva. Disse, com frieza:

— Isadora devia se considerar sortuda por se casar comigo. Espera o quê, fidelidade? Esposa é pra ficar em casa e ser amada. Amante é meu prazer, minha diversão. E é claro que vou continuar com ela.

Ele enfatizou as palavras “prazer” e “diversão”, fazendo os outros homens ao redor soltarem risadinhas sujas.

Controlei minha expressão. Não podia deixar que percebessem meu tremor. O homem na minha frente já não era o cavalheiro que eu conheci um dia.

De repente, Ícaro lançou o garfo sobre a mesa com força. O barulho silenciou todos à volta.

Ícaro semicerrou os olhos, lançando um olhar cortante e ameaçador para todos à volta:

— Então cuidem bem da boca de vocês. Se a Isadora descobrir alguma coisa, não esperem que eu tenha piedade com quem abriu o bico.

Ícaro Marques, presidente do Grupo Marques, era o homem que controlava o coração econômico de Cidade Luminaris. Com uma única palavra, ele podia arruinar uma família poderosa inteira. Ninguém ousava desobedecer suas ordens.

— Que marido dedicado. Escondeu tudo tão bem só pra Isadora não ir embora. — Comentaram.

Logo, todos começaram a elogiar o "amor profundo" de Ícaro, enquanto eu apenas abaixei a cabeça, escondendo o nojo nos meus olhos.

Era isso que eles chamavam de amor?

Preferia não ter.

— E pra Isadora não descobrir, é fácil demais. Afinal, ela nem escuta. Dá pra fazer com a Ana em casa mesmo... — Disse um dos amigos dele, deixando o fim da frase no ar, para alimentar a imaginação de todos à volta.

Ícaro sorriu com malícia, girando a taça de vinho na mão, e respondeu:

— Claro. No quarto, na sala, na cozinha... até na porta do quarto da Isadora. A gente já fez em todos os lugares. E é exatamente pra manter essa adrenalina que pedi ao médico pra não curar a audição e as pernas dela. Se eu quisesse, com a minha posição, não conseguiria contratar os melhores especialistas?

Todos ao redor levantaram os polegares, entre risadas e aplausos.

Ninguém notou que meus dedos estavam tão tensos segurando o garfo e a faca que os nós já estavam esbranquiçados.

Originalmente, eu queria revelar na cerimônia que havia recuperado minha audição e a capacidade de andar.

Faria isso como uma surpresa. Mas a surpresa virou um pesadelo.

Ícaro, só pra manter o prazer de me trair dentro de casa, me condenou ao silêncio.

Decidi ali mesmo. Não me casaria com ele.

No dia do casamento, o que esperaria por Ícaro no altar seria apenas um corpo falso, idêntico ao meu.
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