VICTORIA:

Olhava a figura delicada de Isabel, a imagem perfeita da fragilidade. Era evidente que ela sabia como manejar todas as oportunidades a seu favor. Eu havia escutado no dia anterior; Ricardo podia ser firme comigo, até mesmo irredutível. Mas quando se tratava dela, parecia que sempre cedia. E ela sabia disso. Jogava com isso como quem brinca de construir uma casa de cartas que não pode desmoronar.

Minha educação havia sido estrita e tradicional. Meus pais me inculcaram valores como a honestidade e a franqueza, deixando-me desprovida das artimanhas que outros dominavam com maestria. Essa inocência me tornou uma presa fácil para Ana, que se apresentou como minha melhor amiga enquanto tecia uma elaborada rede de enganos junto ao meu ex-marido. Ele, um caçador de fortunas experiente, havia encontrado em mim a herdeira perfeita: ingênua e confiável. Enquanto eu acreditava viver um conto de fadas, eles