12. O RECESSO NO JUIZADO
VICTORIA:
O golpe seco do martelo ressoou na sala, tirando-me dos meus pensamentos. Olhei para meu tio sem entender o que estava acontecendo. Então ouvi a voz do juiz anunciando:
—Suspende-se a sessão para um intervalo de trinta minutos.
Um murmúrio generalizado se espalhou pela sala enquanto as pessoas começavam a se levantar. Meu tio Alberto inclinou-se para mim.
—Vamos, Victoria. Você vai se sentir melhor esticando as pernas e tomando algo —sussurrou em meu ouvido.
—Senhor Alberto, eles estão esperando na cafeteria —sussurrou o assistente do meu tio—. O senhor Ricardo quer vê-los.
Meu tio assentiu enquanto me guiava pelo corredor principal. Ao sair, senti que podia respirar novamente com normalidade. Ao entrar na cafeteria, meu olhar se cruzou brevemente com o de Ricardo. Por um instante, vi preocupação em seus olhos. Foi então que notei a mulher sentada ao seu lado. Ela era alta e elegante, com uma graça natural que parecia inata. O cabelo castanho claro caía em suaves o