Flora Narrando
A sala de reuniões da presidência estava impecável. Ar-condicionado na temperatura certa, garrafas de água sobre a mesa de mármore escura, pastas organizadas por cor e tema, e todos os envolvidos sentados à espera do meu comando. Eu entrei com passos firmes, acompanhada do meu pai e de Marcos, que já havia passado todos os pontos jurídicos comigo antes. Minha presença mudou o ar da sala. Era assim que eu funcionava. Entrava, dominava.
Os representantes da empresa dos Loudovicos estavam de um lado. Homens experientes, todos tentando manter a compostura, mas sabiam que a corda estava prestes a arrebentar. Do outro lado, Marcos, meu pai e dois advogados da Ferraz, preparados com toda a documentação jurídica para sustentar nossa decisão.
Me acomodei na cabeceira, cruzei as pernas com calma e olhei para todos os presentes. Sabia que aquele encontro ia ser longo e, em certos momentos, indigesto. Mas era necessário. E eu estava pronta.
— Vamos começar — anunciei, abrindo a pa