Evan Narrando
Acordo todos os dias antes do sol nascer, por volta das cinco e meia. O despertador toca e eu já levanto no primeiro sinal, sem enrolação. Meu corpo já está acostumado. Tomo um banho rápido, deixo a água morna escorrer pelas costas enquanto começo a organizar mentalmente tudo que preciso fazer. A obra não para, e cada dia é um novo desafio.
Saio do banheiro, visto minha calça jeans reforçada, camisa de manga longa e a bota de segurança que já parece extensão dos meus pés. No bolso, o rádio comunicador. No pulso, o relógio que me lembra que cada segundo conta. Passo na cozinha, coloco duas fatias de pão na torradeira e preparo um café preto bem forte, do jeito que gosto. Como em pé mesmo, olhando pela janela, revisando mentalmente o cronograma de hoje. Não é glamour, mas é a vida que eu escolhi e gosto dela.
Sete horas em ponto, já estou no canteiro. Os funcionários começam a chegar e eu vou direto para o pátio principal, onde a movimentação começa cedo. A primeira coisa