Evan Narrando
Cheguei na delegacia com o coração acelerado e a mente girando. Estacionei do lado de fora, respirei fundo e entrei. O ambiente estava carregado, aquele cheiro forte de café velho e papel molhado misturado com tensão no ar. No saguão, encontrei o Sr. Ferraz já à minha espera. Ele estava de pé, as mãos no bolso, com o olhar duro fixo na porta do setor de investigação.
Fomos levados para uma sala reservada, pequena, com uma grande janela de vidro espelhado que dava para outra sala, a da oitiva. Era ali que íamos acompanhar o depoimento de Alexandre. Um policial nos alertou antes de entrarmos.
— Não podem fazer barulho nem interromper. O delegado só está deixando vocês acompanharem por consideração ao Sr. Ferraz — disse com um olhar sério.
Assenti. Eu só queria ouvir com os meus próprios ouvidos. Eu precisava disso.
Minutos depois, Alexandre entrou escoltado por dois policiais. Estava algemado, mas mantinha o queixo erguido, tentando segurar a pose. Atrás dele, três advog