Evan Narrando
O delegado me chamou novamente. Fui conduzido até uma sala onde Nicolai já se encontrava. Assim que entrei, meu corpo inteiro se tensionou. Ele estava sentado, com aquele mesmo ar pretensioso de sempre, como se nada tivesse acontecido. Como se fosse impossível que algo o atingisse. A vontade que me deu foi de terminar o que comecei no restaurante. Mas me controlei.
Eu não podia dar esse gosto a ele. Mesmo provocando com o olhar, com o canto da boca levemente levantado num sorriso debochado, eu sabia que qualquer atitude impensada dali em diante poderia custar caro. Meu advogado se manteve ao meu lado, atento, firme, e visivelmente preparado para intervir se eu sequer ameaçasse dar um passo em falso.
O delegado pediu para que Nicolai se levantasse, e ficasse frente a frente comigo. Olhei dentro dos olhos dele, enquanto ele sorria, me mantive sério. Impassível, apenas o encarando.
O delegado, então, nos encarou com a seriedade de alguém cansado de lidar com homens orgulho