Leyla Ylmaz
Eu estava entre os bombeiros, ajudando os feridos a sair do prédio. As sirenes misturavam-se com gritos e o estalar das chamas, enquanto o cheiro de fumaça impregnava cada pedaço de ar. Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer na minha empresa, e a culpa era como um peso nos meus ombros.
— Mais um aqui!— gritei, apontando para uma mulher com queimaduras graves. Dois bombeiros correram para ajudá-la, e eu virei-me para procurar outro sobrevivente. O coração batia acelerado, mas mantinha-me focada.
Foi então que o vi. Do outro lado do caos, a maca. Dois paramédicos carregavam alguém, e o mundo pareceu parar quando reconheci quem era.
—Ferman!
Não pensei. Larguei o que estava fazendo e corri até ele.
— Não!— gritei, sentindo as pernas fraquejarem. Ele estava inconsciente, o rosto manchado de fuligem, o peito subindo e descendo de forma irregular.
Atirei-me para o lado dele antes que o colocassem na ambulância.
— Ele vai ficar bem, não vai?— perguntei aos