Uma mãe pra Angeline
Uma mãe pra Angeline
Por: Manoela Ben canaan
Sara

A pequena Sara estava se sentindo linda em seu vestidinho vermelho com a gola branca, andando pelos corredores da mansão ela parava a cada passo pra se admirar nos espelhos , elegantemente colocados em pontos estratégicos , quando ela escuta o barulho da porta da frente de imediato corre pelos corredores fazendo o mínimo de barulho possível

Ela sabe quem está vindo , seu pai !

na cozinha Sara encontra Mabel a cozinheira , Sara se sente bem ali junto aos funcionários, Mabel mesmo correndo risco sempre tem algo pra agradar a pequena Sara, pequenas coisas que Sara é proibida de comer pois seu pai faz questão de dizer que ela não terá serventia se for uma gorda de merd4!

Em seus 8 anos de vida Sara ainda não entende tudo por trás dessas palavras , mas sabe que é melhor agradar o papai ou coisas ruins podem acontecer .

A mãe de Sara vive praticamente reclusa no quarto , as poucas vezes que à senhora Ferguson sai são sempre bem estranhas pra Sara.

-Sra mabel posso ficar aqui ? sussurra Sara com os olhos já mostrando um pouco de pânico pela chegada do pai e arregalados pela corrida .

Mabel olha a menina tão linda e meiga e sente uma dor em lembrar de tudo que a pobrezinha aguenta em tão pouco tempo de vida .

Olhando pro rostinho branco emoldurado por cabelos negros Mabel consegue ver pequenas manchas já de cor esverdeada na lateral , resultado da última punição de Sara ppr derramar um copo de água à mesa no almoço de domingo .

Mabel está ali a mais de 15 anos , antes da morte dos avós de Sara 6 anos atrás.

foi ali que tudo começou, a linda noiva do rapaz Ferguson tinha chegado à casa cerca de 5 anos antes dos velhos falecerem, uma moça linda cheia de vida , o jovem casal vivia uma vida estranha mas o velho Abraham Ferguson arranjou aquele casamento e fazia de tudo pra manter as coisas na linha .

Marie é tão bonita quanto a filha , ou costumava ser , hoje é só um espectro do que foi no passado .

seus cabelos negros e pele branca como a neve deixaram toda a criadagem dos Ferguson encantados com tanta beleza , a mansão antes triste e silenciosa ganhou vida com a linda moça usada como uma mercadoria entre as famílias Ferguson e Romanov .

Não foi nenhuma surpresa quando o velho adoeceu e passou o controle dos negócios da família ao filho que a nora logo tivesse um bebê, coisa que não aconteceu em 3 anos depois do casamento!

Toda a criadagem sabia que o casamento foi arranjado pelo sr Abraham pra tentar sossegar o filho e abafar os escândalos, o que ninguém esperava é que mesmo a moça sendo linda ele não tivesse nenhum interesse nela .

Logo que Abraham soube que tinha uma doença terminal houve uma conversa a portas fechadas entre pai e filho e na mesma noite os criados ouviram o som do resultado ....

na manhã seguinte uma Marie de olhos vermelhos e assustada foi servida no quarto pela criada , quando a criada contou a Mabel o que viu a bondosa Mabel só pode mesmo chorar e rezar em segredo pela pobre menina .

Em pouco tempo o não tão feliz casal anuncia a gravidez de Marie, a pobrezinha estava cada dia mais magra o que o filho dos Ferguson habilmente dizia serem os enjoos a gravidez, mas Mabel sabia a verdade de pois daquela noite , depois de lavar os lençóis cheios de sangue , parecia um sacrifício de um animal !

Mabel suspira enquanto lembra do ano em que o senhor Ferguson faleceu , sua viúva indo encontrar o seu grande amor pouco tempo depois .

A pequena Sara que era adorada pelos avós e pela mãe que parece que vivia por ela e por mais nada foi quem mais sofreu .

Imediatamente após a morte dos pais o jovem Ferguson fez questão de separar mãe e filha .

contratou uma babá, uma alemã nada carinhosa e seca com a pequena Sara.

a nova Sra Ferguson caiu em uma depressão profunda pois não era segredo nenhum que o marido nem sequer dormia no mesmo andar que ela ,a menina era tudo que restava da sua vida miserável que estava pior agora que estava a mercê de Johnny.

Mabel para de divagar e volta ao trabalho , não sem antes dar a Sara um pedacinho bem pequeno de bolo que ela escondeu pra menina !

Sara agarra o bolo como se fosse uma relíquia, o que não deixa de ser em uma casa com tanto dinheiro e tanto racionamento de comida pra pequena Sara .

Sara engole o pedaço de bolo rápido demais quando percebe alguém se aproximando , a menina parece advinhar que seu pai messe exato momento cruza a porta da grande cozinha procurando por ela .

um pouco do recheio escapa e mancha a gola alva do vestido , os olhos de seu pai são implacáveis, Mabel vira de costas não podendo suportar sua própria covardia , ela era uma imigrante ilegal e sua vida e de seus filhos pequenos estava nas mãos do patrão , mesmo assim ela se sente mal por não poder fazer nada pela criança que viu nascer!

- Sara ! Quantas vezes eu tenho que repetir que não quero você na cozinha sua inútil, olha esse vestido todo emporcalhado, já pro seu quarto agora ! Eu já subo , diz Johnny Ferguson, ao que Sara assente e se retira da cozinha com pânico nos olhinhos negros .

- E você senhora Mabel esse será meu último aviso antes que eu a jogue na rua com seus bastardos cubanos, NÃO QUERO que de doces a Sara, eu não vou tolerar uma menina gorda e feia que não servirá pra nada e não exitarei em jogar a senhora pra fora da minha casa direto pras autoridades de imigração.

Não pense que eu não faria isso por ter sido criada de minha mãe!

- estamos entendidos?

- Sim sr Ferguson, responde Mabel olhando pro chão. nesse momento ela sente uma vontade imensa de chorar e gritar com esse monstro , ela respira e lembra de seu filho Juan que possui uma deficiência e todo seu tratamento é pago pelo patrão e assim engole seco e tranca seu coração pra tudo de ruim que aquela casa tem .

No segundo andar da mansão Sara se prepara pro que sabe que vai acontecer , na sua inocência ela não entende porque não pode comer ou se sujar , nem ir a festas de aniversário dos amigos da escola e muito menos falar algo pra quem quer que seja sobre o que acontece em sua casa .

Sara já se acostumou a dizer que sua mãe está doente e que não pode sair pois a mãe precisa da sua presença..... Sara sente uma vontade avassaladora de rir de amargura quando se lembra que passa dias e até meses sem ver a mãe, mesmo vivendo a duas portas de distância.

Enquanto pensa nessa ironia a porta se abre :

-Sara quantas vezes eu já disse que você não pode comer doces ?

- muitas papai , responde Sara olhando pro chão.

Ela já aprendeu desde muito cedo que não deve olhar nos olhos do pai !

Quando a menina acaba de responder sente o primeiro golpe na altura do quadril, Johnny Ferguson a golpeia furiosamente várias vezes seguidas, Sara morde a boca por dentro para não gritar , mais a dor se torna tão insuportável que a menina grita uma única palavra antes de perder a consciência: MAMÃE!

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