— Eu peço que me trate com… — Respeito? — Kassidy cruzou os braços e olhou com desdém para Jane. — Como é que uma mulher como você ainda tem a ousadia de pedir respeito? Me diz, não sente um pingo de vergonha? Jane odiava confrontos, ainda mais quando se sentia tão vulnerável, como naquele momento. A água super gelada que caiu nas costas dela a atingiu profundamente, causando calafrios. O corpo dela estava frágil e, até mesmo aquilo, a desestabilizava. — Não fiz nada do que me envergonhar. — Jane respondeu, erguendo o queixo.— Seduzir um homem com um filho, impedindo-o de ficar com a criança e com a mulher que ele ama… não é uma ação sem-vergonha? — Wayne… — O MEU Wayne não te ama! — Kassidy olhou de maneira venenosa para Jane. — Ele nunca me esqueceu. Wayne correu atrás de mim, algo que não fez por mulher nenhuma! Ele pediu pra casar comigo, se arrastou aos meus pés! Agora… você? Não passa de uma opção disponível. Sabia que até a noiva do sobrinho ele já teve algo? Já você… Ele
— O quê? — Wayne perguntou, paralisado, a voz embargada pelo choque. O coração dele deu um salto, não por culpa, mas por medo de perdê-la. Jane enxugou as lágrimas com as costas da mão e puxou o ar como quem precisava de coragem para permanecer de pé. — Você e Milana…?— Jane, eu não sei o que a Kassidy disse pra você, mas...— Você gosta dela?! — Ela o cortou, firme, a voz falhando de dor, mas vibrando com uma determinação nova. Havia mágoa, sim. Mas havia também algo ainda mais forte: um desejo desesperado pela verdade. Wayne a encarou por um segundo, depois suspirou, pesadamente.— Milana e eu... — ele começou, a voz mais baixa — nos conhecemos num momento delicado, pra ela. E eu, que já estava sozinho há tempo demais, me permiti baixar a guarda. Ela é uma mulher admirável. Eu... eu a quis. Não seria justo mentir sobre isso. Tive desejo por ela, sim. Fez uma pausa, e então olhou nos olhos de Jane como se estivesse entregando o próprio coração em suas mãos. — Mas não era amor.
Kassidy não apareceu nos dias seguintes, mas Wayne mandou que o advogado cuidasse da situação. Ele queria as câmeras de segurança, queria todas as provas contra a mulher. Então, ligou para Jordan. — Quero que investigue Kassidy e o que ela andou fazendo quando sumiu. — Wayne disse do outro lado do telefone. — Quero saber o que ela fez, por onde andou. E com quem se envolveu. — Sim, senhor. A ligação foi finalizada e Jordan suspirou. Ele olhou para a tela do computador e viu Malcolm na frente da mansão de Nevaeh, implorando por uma segunda chance, enquanto a amante, segurando a pequena barriga de grávida, chorava, xingando-o. Wayne tinha quase certeza de que Luke não era filho dele. Ele, quando dormiu com Kassidy, teve cuidado. Ele não queria um filho antes do casamento, ainda que quisesse muito estar com aquela mulher. Por isso, ele não conseguia entender como ela e ele poderiam ter feito uma criança. Em nenhum momento ele notou uma camisinha furada, por exemplo. Sempre que retira
— Adotar o menino? — Wayne soltou o ar e fechou os olhos. — Jane, você nem o conhece. O medo de Wayne? Que o fruto não tivesse caído longe da árvore, e que Luke fosse uma cópia da mãe: falso, dissimulado, egoísta, narcisista e malicioso. Ele não poderia colocar esse tipo de pessoa dentro da casa dele! Se o menino fosse desse jeito, mesmo compartilhando o sangue dos Ryan, ele não ficaria por perto! — Mas… — Vamos ver como as coisas são, ok? E… depois pensamos o que fazer. Se ele for um bom menino, não importa se é meu ou não, se ele precisar, não vou abandoná-lo. Tudo bem? Jane sorriu, satisfeita, e abraçou Wayne, beijando-lhe o rosto. Mais alguns dias se passaram e era hora de Jane fazer a nova sessão, bem como o resultado do exame de Luke e Wayne sairia. Este estava mais do que ansioso. Wayne acompanhou Jane. O quarto que ela normalmente ficava foi agendado com urgência e Jane disse que tudo bem, ela não precisava daquele luxo. Ela ficou em um quarto muito bom, e logo, Wayne fo
Após ler o que tinha ali, Wayne não conseguia acreditar. Kassidy tinha ido para a Europa para casar com um bilionário que havia conhecido na internet. Ele lhe enviava presentes, a bajulava e enchia de mimos. Ela acreditou firmemente que ele ofereceria mais do que Wayne estava disposto: controle sobre as finanças. Esse foi um sonho, claro. O homem, na verdade, não passava de um mentiroso. O bilionário existia, no entanto, era o chefe do homem. Após perceber que tinha sido enganada, Kassidy tentou fugir, mas já era tarde. Ele a prendeu por dois meses, até que o patrão descobriu e o demitiu. Kassidy pensou que poderia então usar sua beleza para convencer o verdadeiro dono do dinheiro a ficar com ela, mas ela se enganou de novo. O bilionário a usou por algum tempo, mas ele se cansou de Kassidy. Ela pensou que poderia fazer com ele como fazia com Wayne, apertando e afrouxando a coleira, dando carinho e pisando, como se fosse um grande prêmio. O bilionário não a amava e, quando percebeu q
Kassidy estava se arrumando. O diretor do laboratório enviou para ela o resultado falso, afinal, ele queria que ela levasse um susto. Ele, claro, tinha mandado um aviso para o diretor, que só viu depois, quando já estava lendo os relatórios. Como foi enviado para o email pessoal, Wayne não mexeu, pois focou em Jane e no trabalho, naquele dia. Confiante, Kassidy passou o batom, deu umas amassadinhas nos cabelos bem penteados e chamou Luke no pé da escada. O menino apareceu e ela verificou se ele estava apresentável. — Hoje, vamos fisgar um super peixe, moleque. Luke franziu o cenho. — Eu não quero outro pai. — Ele disse, triste. Luke sabia que o pai dele, Carl, não poderia retornar, e nem a avó. Porém, ele não queria uma nova família. Não com Kassidy no meio! Ela apertou o braço dele por baixo da blusa. — Escuta aqui, melequento! Você vai fazer o que eu mandar, ou eu vou te mandar pra um lugar muito pior do que ao meu lado! — Ela torceu a boca em desgosto. — Deveria me agradecer!
Ollie apenas a olhou com um sorriso cínico nos lábios e Kassidy quis pegar a bengala do velho e acertar-lhe a cabeça para tirar aquela expressão desdenhosa da cara dele! Luke observava e ele podia não entender muitas coisas, mas aquele senhor não parecia nada bobo. — Eu vou ligar pro Wayne, pedir pra ele dar uma passada aqui, o que acha? — Ollie perguntou e Kassidy levantou o queixo. — Acho formidável. — Ela devolveu com um sorriso falso e sentou-se na poltrona que normalmente Wayne ocupava quando ia ali. Ollie torceu a boca. — Pode ligar. Ela esperou enquanto Ollie pedia para o filho ir até lá. Ele tinha pedido folga do hospital no dia porque já imaginava que as coisas não seriam fáceis assim que Kassidy tivesse os resultados falsos em mãos. Jane o acompanhou e, durante o caminho, ela estava torcendo a própria roupa, nervosamente. Wayne entrou pelos portões e, antes de desligar o veículo, ele segurou a mão da mulher que amava, fazendo-a olhar para ele. — Vai ficar tudo bem. Vou
— Senhorita Osbourne, por favor, nos acompanhe. — Um dos policiais esticou um mandado e ela ficou tensa. — Por quê? Eu não fiz nada. — Então venha conosco. Precisamos apenas de um esclarecimento. — O policial insistiu, mantendo o rosto sem expressão. — Não. — Ela olhou em volta e apertou os olhos. — Isso é uma armação, não é? Sabiam que eu traria os resultados hoje e armaram pra mim! Ela olhou com olhos suplicantes para o policial, que já estava inteirado da natureza da mulher. Portanto, aquilo não o moveria. — Eu me recuso! — Se você é inocente, senhorita Kassidy, por que não vai? Só fica preso quem fez besteira. Você tem a consciência limpa? — Ollie perguntou, de maneira despreocupada e aquele sorriso enervante nos olhos. — Cala a boca, seu velho maldito! — ela não se aguentou e gritou, cobrindo a boca em seguida. Ela se virou para Wayne. — Amor… o nosso filho… — Eu não tenho filho algum com você, Kassidy Osbourne. — Do que… o exame está aí! Luke está bem aqui! — ela aponto