Assim que chegaram ao hospital, Jane permaneceu sentada na sala de espera, enquanto Wayne seguiu direto para a ala médica em busca de notícias sobre o pai.Enquanto esperava, Jane sentiu uma sombra se projetar sobre ela. Ao levantar a cabeça, deparou-se com a mulher loira de antes — Kassidy.— Posso ajudá-la? — Jane perguntou, num tom educado, mas neutro. Kassidy sorriu, um gesto doce demais para ser genuíno; seus olhos, frios, não acompanharam o sorriso. Sem esperar permissão, sentou-se ao lado de Jane e acenou para um menino que, só então, Jane percebeu estar de frente para ela.— Este é o nosso filho. — Kassidy anunciou, passando a mão pela cabeça do garoto.O menino, que aparentava ter entre oito e nove anos, tinha olhos amendoados e cabelos loiro-escuros.Por "nosso", Jane entendeu — Wayne e Kassidy. Wayne tinha um filho? A pressão pareceu sumir do corpo dela, e o mundo girou por um instante.— Ele não sabia. — Kassidy explicou, acariciando novamente o rosto do menino, que se man
— Wayne, eu tenho o senhor em alta conta, e não me meto na vida pessoal dos meus colegas ou pacientes, mas isso… — Erika apontou para dentro do quarto. — A mulher que causou todo esse alvoroço foi extremamente rude com Jane. Isso é inadmissível. O recado de Erika era: não traga os seus problemas pessoais para o hospital. Ele era o diretor e ela o respeitava, no entanto, Jane era paciente dela, uma paciente delicada e que Wayne tinha resolvido englobar na vida dele. Então, ele precisa ser responsável pelas ações dele, mais do que nunca. — Eu compreendo. Pode ficar despreocupada que Jane não será prejudicada. — Muito bem. Eu vou me retirar, agora. Se precisar de mim, é só chamar. — Ela balançou o bipe e saiu dali. Wayne recostou-se na parede, a fúria dentro dele apenas guardada, mas o consumia. Ele não queria que Jane sofresse de forma alguma. E agora, não só Kassidy tinha retornado, mas ela tinha uma criança com ela. Uma criança. Um filho. Anos antes, Wayne sonhava em ser pai, e,
No carro, Jane suspirou. — Wayne, antes de tudo, eu quero que saiba que eu não me oponho a nada. Nem mesmo se você quiser retomar a sua relação com aquela senhorita. Apenas me informe para que eu possa me preparar…! Wayne colocou o indicador nos lábios de Jane e se inclinou para ela, beijando-a suavemente. — Não vou me separar de você. Kassidy ficou no passado. A única coisa que pode me fazer ficar perto dela é a criança, e pela criança. Mas não quero nem mesmo amizade. Será apenas uma relação o menos turbulenta possível por conta do menino e nada mais. — Wayne a beijou de novo, dessa vez, mais profundamente. — Eu quero você, Jane. Ela mordeu os lábios. — Não quero problemas. Nem para mim e nem para você. — Não teremos. — Ele disse, sem dúvidas. — Peço que tenha um pouco de paciência, porque Kassidy é… complicada. Wayne não queria ter que tomar medidas mais drásticas, no entanto, se ele sentisse que Kassidy poderia prejudicar Jane, então, o cavalheirismo dele para com uma dama
O exame de DNA foi pedido e Wayne estava tirando o sangue. O menino sentou-se ao lado dele e Wayne notou como ele parecia ter medo de agulhas. — Vai ser só uma picadinha. — Wayne disse e o garoto o olhou. Nesse momento, Wayne franziu o cenho. Não havia nada no rosto da criança que o fizesse lembrar a si mesmo. Os Ryan tinham traços fortes e normalmente era impossível não saber quando faziam parte daquela família. No entanto, o menino não se parecia com ele e nem mesmo com Kassidy. — Mas vai doer. Uma picada ainda dói. — O garoto respondeu, com vergonha. — O que gosta de fazer, Luke? O garoto remexeu a boca, como se estivesse pensando. — Eu gosto de assistir cartoons. — Hmm… que tipo de cartoons? — Aqueles antigos. Não gosto tanto dos novos. — Antigos? — Wayne perguntou, levantando as sobrancelhas. — Como o quê?— Hmm… — o menino estava tão focado na conversa que não se deu conta de que a enfermeira tinha lhe furado o braço e já estava retirando-lhe o sangue. — Gosto de Tom e J
Jane pegou a caixa que Wayne lhe entregou minutos antes e a abriu. Lá dentro, um vestido bonito rosa claro descansava. Ela o pegou pelas alças finas e delicadas. Era um modelo sem desenhos, liso, de cetim, e Jane estava incerta se o modelo lhe cairia bem, agora que ela tinha perdido muito peso. Adrienne entrou no quarto, ajudando-a a preparar a maquiagem e a colocar um lenço bonito na cabeça, combinando com o vestido. — Você está linda! — Adrienne disse, depois que Jane saiu do closet, com o vestido já no corpo. O modelo ia até os joelhos, o que permitia a Jane usar uma sapatilha ou uma sandália baixa confortável, em vez de salto alto, algo que ela definitivamente não se sentia capaz, naquele momento. — Eu estou magra demais. — Jane choramingou, pensando em desistir de ir ao jantar. Adrienne notou e segurou-lhe os braços. — Eu não fico bem com nada! — Ei, ei… — Adrienne sabia que pacientes no estado de Jane eram mais sensíveis e era normal ela ficar insegura, ainda mais quando o
— Hey! — Eve reclamou ao ver um homem entrando na frente dela, na fila. Ele não se moveu e ela o cutucou nas costas, chamando-lhe a atenção. — Não pode fazer isso. Com licença! O homem se virou e, para Eve, parecia que o tempo se movia em câmera lenta. Por um segundo, ela ficou embasbacada com a visão: alto, olhos verdes, cabelos escuros perfeitamente penteados, traços que ela considerou muito harmoniosos, como uma estrela de Hollywood. Mas o encanto durou apenas até que ele abrisse a boca. — Por que está me cutucando? Qual o seu problema? — A frieza não só na voz, como no olhar, deixaram Eve com ainda mais raiva. O homem claramente era rico, pelo terno feito sob-medida, mas sem um pingo de educação!— Eu quem pergunto! O senhor furou a fila! — Ela olhou para trás, com uma das mãos na cintura, e viu que não tinha mais ninguém além dela. Ao se voltar para a frente, o homem já estava com as costas para ela. Eve ajeitou os óculos no rosto e o cutucou novamente. — O senhor ouviu? Ele
"Ele deve ser o pai da Rose, Archer Galloway!", ela pensou, já que aquele homem tinha os mesmos olhos do bebê que ela cuidaria de agora em diante. "Como eu não me dei conta disso antes?" Eve queria muito dizer uns bons desaforos para aquele homem, porém, se ele era mesmo o pai da criança, poderia demiti-la. E, naquele momento, Eve precisa muito de um emprego. Ela respirou fundo. — Eu sou Everleigh Johnson, senhor. — Ela lançou um sorriso caloroso para ele e ofereceu a mão, mas a carranca dele aumentou.— Está me seguindo, é isso? Como entrou aqui?! — Ele praticamente rosnou. — Quer saber? Eu vou chamar a polícia, agora mesmo! O sangue de Eve congelou nas veias. Polícia? Ela não podia ter problemas com a polícia! — Senhor, eu… Eu sou apenas a…Archer segurou ferozmente o braço de Eve, que choramingou. Ele afrouxou um pouco o aperto, mas não a soltou, arrastando-a para fora do quarto. Eles desceram as escadas e Shannon, que estava antes saltitando de felicidade, murchou assim que v
Eve deu um passo para trás e colocou a mão na cabeça da criança, como se a consolasse após ouvir aquelas palavras horríveis. “Esse homem não merece esse neném lindo!”, Eve ficou chorosa. Ela não compreendia como um pai podia falar daquele jeito. — O que você quer dizer com isso? — Shannon questionou. — Tem um apartamento. Roselyn vai ficar lá com a babá, eu as manterei com tudo o que for necessário. — Menos a sua presença. — Shannon parecia chorar. — Eu não posso, ok? Ainda não consigo digerir isso.— Se não saísse por aí com mulheres aleatórias, em vez de se casar de uma vez, isso não teria acontecido!”— Não vou discutir! — Archer falou e o som dele se afastando foi ouvido por Eve.Eve retornou para dentro do quarto e fez a criança dormir. Quando já estava para sair, Shannon estava na sala, esperando por ela. — Você nem jantou! — Ela disse. — Não tem problema. Vou comer em casa. — Eve respondeu e sorriu fraco. — Até amanhã, sra. Ballilis.— Eve… Eu tenho que te dizer uma cois