POV Ellen Vasconcelos.
Quando atendi a ligação e ouvi a voz do meu pai, meu coração já estava acelerado. Era inevitável pensar: será que aconteceu alguma coisa? Será que ele estava bem?
— Oi, filha… você está bem? — a voz de Gustavo soou preocupada, mas também suave, como sempre.
Fechei os olhos por um instante, aliviada.
— Estou, pai, pode ficar tranquilo, não precisa se preocupar comigo — respondi, tentando soar mais animada do que eu realmente estava. — E você? Como anda? Está se acostumando ao apartamento?
Houve um pequeno silêncio do outro lado. Eu sabia o quanto aquela mudança havia sido difícil para ele, depois de tudo o que aconteceu, dos boatos maldosos que destruíram sua reputação e o afastaram do trabalho, meu pai parecia um homem que carregava o peso do mundo nos ombros.
— Estou… me virando, filha — ele disse, em tom baixo. — Ainda estranho, sabe? Mas vou me acostumar.
— Vai sim, pai — tentei encorajá-lo. — E você sabe que não está sozinho, Ethan está cuidando de tudo, não