Ponto de vista de Kira
Quatro dias.
Foi o tempo que passamos sob a superfície, na antiga Tóquio — agora uma cidade subterrânea, esquecida pelo mundo de cima, mas ainda viva.
Aqui, abaixo da grandiosa e artificial Neo-Tóquio, pulsa uma cidade real. Um abrigo para os que rejeitam o controle das corporações, o veneno sutil da mídia e a hipnose das massas. É um mundo fora dos radares, onde o caos é contido por regras não escritas, e a liberdade é construída com silêncio, disciplina e sacrifício.
A ideia de esconder nossa localização dentro do layout de Pac-Man foi minha. Ghost entendeu o recado rápido — um pixel piscando como fruta no labirinto. A brincadeira virou código. E o código, uma forma do fiel escudeiro de Xiaomei nos achar.
No primeiro dia, montamos base em uma antiga estação de metrô convertida em zona neutra. A tensão pairava no ar como a poeira nos trilhos, mas ali, ninguém fazia perguntas. Jair mantinha vigilância, Alicy mexia nas gambiarras de energia, Ghost bloqueava