Epílogo.
Henry
O copo de uísque gira entre meus dedos enquanto meu olhar se prende à fotografia sobre a mesa. Mais uma vez, deixo que meus olhos percorram cada detalhe daquela imagem. Meu casamento.
Emanuelle está ali, radiante, seu sorriso iluminando tudo ao redor, como sempre fazia. Até hoje, mesmo depois de tantos anos sem ela, aquele sorriso tem o poder de aquecer meu peito e me fazer sorrir também.
Um suspiro escapa dos meus lábios.
Há pouco mais de um ano, eu estava nesta mesma posição, encarando outro tipo de dilema. O medo me consumia. Medo de que minha decisão pudesse destruir minha relação com Michel. Medo de que meu próprio filho me odiasse para sempre.
Forçá-lo a se casar foi a maior loucura da minha vida… e, ao mesmo tempo, a mais acertada.
Eu sabia dos riscos. Ele poderia ter se revoltado contra mim, cortado laços, me processado, me acusado de estar louco. Mas Michel fez o que eu jamais imaginei: aceitou o casamento. Não por amor. Não por desejo. Mas por obrigação.
E tudo