— Odiar é uma palavra bem forte, não acha?
— Você a ama?
Pensei antes de responder:
— Não.
— E não a odeia?
— Eu... Não sei, sinceramente. Afinal, faz uns bons anos que não a vemos, não é mesmo?
— E isso não faz com que a odeie?
— Élida, meu amor... Acha mesmo que é hora de falarmos disto? Vamos deixar esta conversa sobre a senhora Ágatha Dulevsky para uma outra hora.
- Uma outra hora seria quando, David? Faz tanto tempo que não nos falamos!
— Você quer dizer que não nos falamos pessoalmente, não é mesmo? Porque a gente se fala por mensagem e chamada de vídeo de forma frequente.
— Você nem responde minhas mensagens! — Bufou, se afastando completamente de mim e deitando-se novamente na cama.
— Respondo quando tenho tempo. Mas eu trabalho, esqueceu?
— Trabalha à noite?
— Sim, tenho reuniões à noite às vezes.
— Prefere as piranhas com as quais sai do que eu — reclamou.
— “Piranhas”? Onde aprendeu isto, mocinha?
Ela riu:
— Vai dizer que não sabe que as mulheres com as quais sai são piranh