4 - A oferta

Arthur que está no topo da escada observando- a antes de descer quando ouve o telefone. Ele pára e espera para que ela possa falar ao telefone antes de o ver.

-Alô! Oi, mãe!

- O que você fez Alice? - Uma voz preocupada do outro lado da linha.

- Eu sei mãe, eu não deveria ter fugido. Só que não podia casar com aquele homem. Eu não queria passar o que passei nos últimos anos pelo resto da minha vida. - Ela fala isso e lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.

- Então é verdade. Nós achamos que você falou só para não se casar com ele.

- Eu contei pra vocês a verdade, mas vocês preferiram acreditar nele e não em mim. Eu não pude fazer mais nada além de fugir.

-Desculpa, filha!

- O pai ainda está bravo comigo?

- Eu não recomendaria para você voltar nos próximos dias.

- Eu não vou voltar. – Ela diz isso e vê Arthur começar a descer as escadas. - Tenho que desligar agora. Se cuida.

-Você também. Eu te amo. Tchau!

Arthur estava olhando de cima da escada e ouviu uma parte da conversa percebendo que aquela garota deveria estar em apuros. Ele ainda não tinha reparado enquanto Alice era bonita até aquele momento. Mesmo usando aquela blusa de gola alta que tem uns dois tamanhos maior que ela e uma calça jeans surrada. Ao descer ele sorri e diz:

- Agora eu entendi o porquê você ajudou meu filho. Vocês eram dois fugitivos.

- De certa forma, sim. Só que eu já tenho idade o suficiente para tomar decisões e assumir a responsabilidade por isso.

-Desculpa, eu não quis te cobrar nada. Não precisa chorar.

-Eu não estou chorando por isso e sim porque estava falando com minha mãe e lembrei de coisas ruins.

- Você quer falar sobre isso?

-Não! Preciso que você fale o nome do lugar que vou passar a noite. Amanhã preciso acordar cedo e procurar um emprego.

- Você pode passar a noite aqui. Se você me disser o que você sabe fazer e o quanto estudou, posso te ajudar com o emprego.

- Obrigada. Eu não estudei muito. Só terminei o ensino médio e trabalhei como cuidadora de uma mulher doente em uma fazenda de lá. – Assim que terminou de falar já estava chorando de novo.

- Você se apegou a essa mulher?

- Não é isso, mas não quero falar sobre o que aconteceu.

- Tudo bem! Eu vou te fazer uma oferta. Tenho uma vaga de babá. Preciso de alguém para cuidar do João Pedro.

- Você oferece emprego para todas as desconhecidas? Sem ao menos entrevistá-las ou pedir alguma recomendação? – Alice queria muito o emprego, mas isso a deixou curiosa.

- Na verdade não. Mas eu confio em você. E você trouxe meu filho de volta, acho que se quisesse fazer mal a ele já tinha feito.

-  Isso é verdade! Obrigada!

- Você pode ficar aqui se quiser. Temos acomodações para empregados, mas só temos a Julieta que trabalha aqui há muitos anos. Uma vez por semana ela contrata alguém para ajudá-la na limpeza pesada.

Nesse momento entra uma senhora de uns 60 anos com uniforme de empregada. Ela tem o cabelo completamente grisalho, mas não tem rugas no rosto e sim um sorriso simpático.

- Seu Arthur, João Pedro dormiu assim que terminou o banho.

- Obrigada, Julieta. Por favor, mostre a Alice um quarto perto do seu. Ela ficará conosco para cuidar do João Pedro.

- Sim, senhor. A propósito eu preciso amanhã de folga. Minha irmã está doente novamente e eu gostaria de visitá-la e como amanhã é domingo achei que não se importaria.

- Você pode ir depois que preparar o café.

- Obrigada.

- Posso me intrometer na conversa? – Perguntou Alice.

-Sim. Respondeu Arthur.

- Eu preparo o café e as outras refeições e a dona Julieta pode ir tranquila.

Julieta olha agradecida para Alice.

- Obrigada. Venha, vou lhe mostrar seu quarto. Já é tarde. 

Arthur percebe que fez a coisa certa ao contratar Alice e olha para ela e diz:

- Obrigada, Alice. Descanse um pouco. O café não precisa estar pronto antes das nove.

- Boa noite. – Responderam as duas mulheres para o chefe.

Julieta mostrou para Alice um quarto com banheiro e uma cama de casal com um armário enorme em uma das laterais. Com a canseira que Alice estava nesse dia longo ela apenas agradeceu tomou um banho e caiu na cama adormecendo imediatamente. 

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