《Matteo》 Assim que descubro que Phani teve que ir pessoalmente registrar a queixa, sigo imediatamente para a delegacia. Dou meu testemunho e, em seguida, decido esperar por ela. Está tarde, e mesmo que Melyssa não tivesse ligado pedindo, eu já tinha a intenção de levá-la para casa. Quando finalmente ela sai da sala, seus olhos me encontram. Ela me observa em silêncio, como se tentasse entender minha presença ali. Sem esperar que pergunte, começo a explicar. - Eu também tive que vir como testemunha. Já está tarde e achei melhor te esperar para te levar para casa.- digo, sincero. Phani suspira, já abrindo a bolsa para pegar o celular. - Não precisa. Eu posso pegar um Uber. - responde, sem sequer me olhar. Ela pega o celular na bolsa e abre o aplicativo, mas antes que tenha a chance de confirmar a corrida, estendo a mão e tomo o aparelho com naturalidade irritante. - Isso fica comigo. Te devolvo quando chegarmos ao seu prédio. Ela cruza os braços, claramente irritada. Seus
《Sthephania》 Eu queria evitar Matteo a todo custo, mas, como sempre, as coisas não saíam como esperado. Parece que, cada vez que o vejo, sinto uma mistura de sentimentos. Ele consegue me irritar e, ao mesmo tempo, me fazer derreter por dentro. Agora, no entanto, não havia escolha. O som dos trovões fazia meu corpo estremecer de pavor, e a única opção era entrar em seu carro sem hesitar. Já havia tentado superar essa fobia, pensei ter conseguido, mas, após o término com Matteo, tudo voltou com força total. Antes, quando estávamos juntos, ele sabia exatamente como me distrair. De alguma forma, fazia o medo desaparecer, me envolvendo em sua presença de um jeito que me fazia esquecer do mundo ao redor. Na estrada, estava totalmente em pânico. E, depois de chegar à sua casa, não foi diferente. Dei graças a Deus quando os trovões finalmente cessaram. Matteo me convidou para dormir ali, já que a chuva ainda insistia em cair e já era bem tarde. Tomei um banho e
《Matteo》 Acordo abraçado com Phani, sem acreditar em tudo que fizemos na noite anterior. Ela não sabe como senti falta disso. Desde que partiu, não fiquei com mais ninguém. Me fechei totalmente para qualquer tipo de relacionamento, sem dar chance a quem quer que tentasse se aproximar. É como se somente ela existisse para mim. Ela é a única mulher que amo, a única dona do meu corpo e do meu coração. É difícil explicar como me sinto quando estou perto dela, e espero de verdade que possamos recomeçar. Depois da noite maravilhosa de amor que tivemos, não pode ser diferente. Me movo com cuidado para não acordá-la. O lençol desliza pelo corpo dela, revelando parte de sua pele, e preciso desviar o olhar antes que a tentação me faça esquecer minha intenção de levantar. Com esforço, saio da cama e vou até o banheiro. A água fria do chuveiro ajuda a clarear minha mente, mas o sorriso bobo no meu rosto não desaparece. Após me vestir, deixo o quarto silenciosamente e sigo até a cozinha,
《Sthephania》 Acordei com a luz suave filtrando pelas cortinas. Por um instante, levei um tempo para entender onde estava, até sentir o cheiro dele ainda impregnado nos lençóis. Virei-me, esperando encontrar Matteo ali, ao meu lado, mas a cama estava vazia. Sentei-me devagar, com o coração apertando no peito. Talvez ele estivesse na cozinha… ou no banheiro. Levantei, andando descalça pelo apartamento, chamando seu nome em um sussurro quase esperançoso. Nada. Nenhum sinal. Nenhuma anotação. Nenhuma mensagem. Só o silêncio. Meu estômago se revirou, e uma parte de mim tentou racionalizar — talvez tivesse saído para resolver algo rápido… Mas a verdade é que eu nem sequer tinha o número dele. Nem uma forma de perguntar. Senti um nó se formar na garganta. E se a noite passada tivesse significado tudo pra mim… e nada pra ele? Voltei ao quarto, peguei minhas roupas e entrei no banho, tentando me recompor. Era patético me sentir assim, mas não conseguia evitar. Vesti-me no automático,
《 Matteo 》Respiro fundo, irritado, e começo a andar de um lado para o outro, sentindo a frustração ferver no peito. Com certeza ela pensou que eu fugi, já que não me encontrou em casa. Um palavrão escapa dos meus lábios. Claro que ela pensaria isso. Qualquer pessoa pensaria!Esfrego o rosto com as mãos, tentando organizar os pensamentos. Eu devia ter deixado um bilhete, qualquer coisa que não a fizesse pensar que eu só quis usá-la.Conhecendo Phani, ela não vai querer nem olhar na minha cara depois disso.Preciso arranjar um jeito de me explicar. Mas como? - me pergunto, sentindo o peso daquela pergunta pairar sobre meus ombros.Sem ao menos pensar, decido me arrumar. Tomo um banho rápido, visto um terno e me ajeito depressa. Sigo para o apartamento de Phani antes de ir para a empresa. Pego seu frappuccino e os donuts, colocando-os cuidadosamente no carro.Enquanto dirijo, tomo meu próprio café expresso e tento organizar as palavras que quero dizer
《Sthephania》 Assim que passo pela porta, fico surpresa ao ver rostos completamente conhecidos. Matteo ocupa a cadeira da presidência, e Felix está logo à sua direita. Vejo também Diego e Catarina à sua esquerda. Para minha infelicidade, ela também está presente e, diferente de mim, não consegue conter sua raiva iminente. Meus olhos vão diretamente a Matteo, que não consegue disfarçar o sorriso que surge em seu rosto. Por que ele está sorrindo? — me pergunto, desconcertada. Cumprimento todos os presentes, inclusive ele. Tomo o assento ao lado de Felix, já que Humberto puxa justamente a cadeira ao seu lado para que eu me sente. — É bom te ver novamente — sussurra Felix, com um sorriso leve e sincero. Logo Humberto dá início à reunião, mas fico inquieta com o olhar insistente de Matteo sobre mim. — Isso é tudo. Alguém tem algo a dizer? — questiona Humberto, encerrando a pauta principal. — Eu tenho — diz Catarina, com o tom ácido e provocador de sempre. — Não acho que essa garota
《Matteo》 Vejo seus olhos se arregalarem um pouco, como se não esperasse por isso. Por um breve segundo, a vejo morder o lábio inferior, e então a tensão em seus ombros parece diminuir. — Então você não... — Não depois da noite que tivemos. — digo com sinceridade, aproximando-me mais um passo. — Mas precisamos conversar sobre o que aconteceu... e sobre o que faremos a partir de agora. Toco seu rosto com delicadeza, como se quisesse memorizar aquele momento, e a conduzo até um dos sofás no canto da sala. — Vamos conversar? — pergunto, indicando o assento ao lado. Ela se senta, mas não antes de me lançar um olhar sério. — Dessa vez você está disposto a ouvir tudo que tenho a dizer? — Sim, eu prometo. — afirmo, sem hesitação. — Para que isso dê certo, temos que ser sinceros um com o outro. E precisamos resolver todo mal-entendido do passado. — sua voz é firme. — Eu sei. — respondo com um leve aceno. — Não acho que aqui seja o local adequado para conversarmos sobre isso. — diz e
《Catarina》Eu simplesmente não consigo acreditar. Aquela patricinha medíocre teve a audácia de se enfiar na minha empresa. E o pior… ela conseguiu seduzir Matteo de novo. Se eu não agir rápido, não vai demorar para que estejam juntos outra vez. Fiz de tudo — absolutamente tudo — para que Matteo enxergasse quem ela realmente é e voltasse a odiá-la. Mas nada funcionou. Ela o cegou. Completamente. E se eu não der um jeito nisso agora, não vou perder apenas a amizade dele. Vou perder Matteo. Para sempre. Principalmente quando ele descobrir que eu tive parte na separação dos dois.Eu sei que ela vai tentar nos afastar — disso eu não tenho dúvida — e não duvido que ainda arranje um jeito de fazer Matteo me demitir. Mas isso… eu não vou permitir. Eu lutei demais para conquistar a confiança dele. Para que ele finalmente me chamasse para trabalhar ao seu lado, na empresa que ele construiu com tanto esforço. Matteo confiou em mim a sua identidade como CEO da L&