Maeve
O ar na mansão Kurtz estava pesado. Era como se cada palavra dita entre Clara e eu deixasse o ambiente mais sufocante, mais claustrofóbico. Eu tentei evitar qualquer confronto com ela desde a noite passada, mas algo dentro de mim já estava em ponto de ebulição. Clara nunca me aceitou, nunca acreditou que eu fosse boa o suficiente para Ricardo, e, sinceramente, eu estava começando a acreditar que talvez ela tivesse razão. Afinal, quem era eu? Uma mulher simples que se viu presa em um contrato absurdo e que agora estava, de alguma forma, envolvida emocionalmente com o homem por trás de tudo isso.
Mas a minha avó... A minha avó não fazia parte dessa equação. E Clara ousou trazer seu nome para esse jogo sujo.
Enquanto caminhava em direção à sala de estar, sentia as mãos trêmulas de raiva. Clara estava lá, sentada, com sua postura impecável e uma revista de negócios aberta no colo. Tudo sobre ela gritava poder e frieza. Ela sequer olhou para mim quando entrei.
Eu deveria sair dali. E