Capítulo 29
 Ravena
  Eu me sentia bem.
  Não me lembro de me sentir assim depois que meus pais morreram. A energia que fluía dentro de mim era forte e me alimentava com pensamentos repletos de possibilidades.
  A dor abandonou meu corpo, meus machucados recentes e os mais antigos haviam desaparecido completamente. Eu podia sentir a minha pele suave contra o tecido do vestido um pouco mais apertado.
  Meus seios estavam saltados no decote do vestido e minha cintura me sufocava pela amarração do laço do vestido.
  Afrouxei o cinto e toquei meu rosto. Minhas mãos estavam suaves e macias; a grossa camada de pele áspera repleta de calosidade havia desaparecido. Meus olhos arderam em lágrimas.
  Corri para o rio, ansiosa para ver a minha aparência. O reflexo na água me chocou.
  A pele alva e imaculada, com leve rubor nas bochechas delicadas do meu rosto, emolduravam olhos negros brilhantes com cílios espessos. Minha boca se tornou vermelha como uma maçã madura. Meus cabelos dançavam ao