CAPÍTULO 5

Sarah

- Beca, você tem certeza que quer mesmo ficar com a Maitê? Eu pago alguém pra ficar com ela se você não puder, não tem problema.- Eu fiz questão de questionar a Rebeca pela décima vez.

A Rebeca é tia e madrinha da Maitê, mas eu tenho noção e sei que não é uma obrigação dela cuidar da minha filha, e por mais que ela ame e trate a minha filha como se fosse sua, eu jamais colocaria um peso tão grande sobre ela caso ela me dissesse não.

- Para de besteira, Sarah! A Maitê vai ficar muito bem comigo aqui... Pode ir trabalhar tranquila, eu dou conta do recado.- Ela me respondeu pela décima vez.

Eu sei que errei em não contar ao meu patrão que eu tenho uma filha tão pequena e que ela depende de mim pra tudo, mas eu preciso tanto desse trabalho e esse dinheiro vai nos ajudar tanto, que acabei omitindo essa parte, mas Deus é tão bom comigo que assim que cheguei em casa, a Rebeca deu um jeito pra tudo... A gente conseguiu uma creche aqui bem pertinho pra ficar com ela durante o dia e a noite a Rebeca vai cuidar dela por enquanto, mas eu tenho fé em Deus que essa fase vai passar rápido e se Deus quiser, muito em breve eu poderei ficar perto da minha filha e cuidar dela como eu sempre fiz.

- Só Deus pode te pagar por tudo que você tem feito por mim, mana. Eu nunca vou me esquecer de tudo que você fez e faz por mim, e se Deus me permitir, um dia irei te pegar por tudo.- Eu disse ao me aproximar da Rebeca e abraça-la.

- Para com isso, Sarah... Você é a minha irmã, minha melhor amiga, eu faço e sempre farei de tudo pra te ver feliz.- Ela disse me abraçando forte.

A Rebeca é um grande presente de Deus na minha vida e ela sempre foi assim, prestativa, amorosa e dedicada e Deus não poderia ter me dado uma irmã e melhor amiga melhor.

- Filhinha, como a mamãe já conversou com você antes... Eu estou indo trabalhar, a gente vai ficar alguns dias sem se ver, mas no fim da semana a mamãe volta, tá bom?- Me abaixei conversando com a Maitê.

Eu já tive essa conversa com ela tantas, mas tantas vezes e apesar de ser tão pequena, ela tem se mostrado tão compreensiva sobre tudo, mas ainda assim me parte o coração ter que deixa-la para trás... Nada me dói mais.

- Eu sei, mamãe... Você já me disse que tem que trabalhar para comprar o papa e roupinhas pra Maitê, eu sei.- Ela me disse e aquilo partiu o meu coração.

A minha filha é tão preciosa e eu a amo tanto, mas tanto... Ela a e a única coisa que faz com que todo o meu relacionamento com o Mateus tenha valido e pena e por ela, eu passaria por tudo novamente, só para te-la aqui comigo.

- A mamãe já vai, tá bom? Mas eu prometo te ligar todo dia e quando você menos esperar, eu já estarei de volta.- Disse já puxando-a para um abraço.

- Pode ir tranquila, mana. Eu vou cuidar muito bem da nossa menininha, pode ficar tranquila.- Rebeca disse pegando-a no colo.

Eu as abracei pela última vez e me despedi delas já saindo de casa.

Ainda é bem cedinho, acabou de dar cinco horas da manhã nesse instante e eu já estou descendo em direção ao ponto de ônibus... É que a casa do meu patrão é bem longe daqui e como ele já se mostrou bem exigente, não quero fazer feio logo no meu primeiro dia de trabalho.

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