Capítulo 7: Zayan Lawrence...
Daphne chegou e ficou possessa ao ver Lorena brincando com as meninas no quintal. — Vou agora mesmo acabar com essa palhaçada! Onde já se viu isso? Avisei essa garota que era para terminar os afazeres e... — dizia, mas interrompi. — Não, Daphne! Deixe as minhas filhas se divertirem! — exclamei. — Mas essa... — E também não é justo brigar com a moça! — diz papai. — Às meninas estavam ansiosas e eu pedi para ela ir brincar com as nossas netas! O semblante da mulher não era dos melhores. Não sei o motivo que implica tanto com essa garota, afinal, é sobrinha de uma das funcionárias mais antiga da família Lawrence. Gisa trabalha para a família do meu pai, desde a sua adolescência. — Daphne, tomei uma decisão! Se Lorena aceitar, quero que ela seja a babá das gêmeas! Quero as minhas filhas comigo, quero estar presente quando forem dormir, quando acordarem e quando precisarem de mim a noite! Estando aqui, quase não tenho tempo de estar com elas! — Filho... — A minha decisão está tomada e peço que respeite! Caminho em direção ao jardim. Isadora e Isabella correram em minha direção e me abraçaram forte. Lorena pareceu assustada. — Senhor eu posso explicar! — Por favor, senhorita Monteiro me acompanhe até o escritório! — Não briga com ela, papai! — diz Isadora. — Vocês duas vão tomar um banho e eu preciso conversar com a senhorita Lorena! — Tachau super-Loló! — Tchau, princesas! — Te espero lá dentro! — digo seriamente. Ela abaixou a cabeça e balançou em concordância. — Sim, senhor! Vou apenas arrumar a bagunça! Entro de mãos dadas com as minhas filhas, elas sobem com Daphne. Assim que Lorena entrou na casa, prosseguimos para o escritório. Fiz sinal para ela entrar na minha frente e não pude conter uma olhada em seu bümbüm empinado. Logo que entramos no escritório, fechei a porta. Sentei-me na cadeira atrás da mesa, fiquei a encarando por um tempo e ela abaixou a cabeça com o olhar fixo no chão. — Sente-se! Ela sentou-se na cadeira a minha frente e analisei o currículo que me mandaram por e-mail. — Antes de mais nada, quero entender o motivo de uma garota formada em direito estar trabalhando de arrumadeira... — Desculpe, senhor, mas é algo pessoal... se não se importa! — Tudo bem, a questão agora é que quero te fazer uma proposta! — Não vai me mandar embora? — Isso vai depender da sua resposta! Vou direto ao assunto, quero que seja a babá das minhas filhas! — Senhor... — Salário de 60 mil, vale transporte, vale alimentação, convênio médico, folga uma vez na semana, terá que acompanhar as minhas filhas a eventos, festas e viagens! Hesitante ela arregalou os olhos: — Será um prazer cuidar da Isa e da Bella, mas e a sua mãe? O meu trabalho de arrumadeira? — Daphne não vai se opor ao que for bom para as minhas filhas! Aceita ou não? — pergunto impaciente. Ela respirou fundo, então respondeu: — Sim, eu aceito! Não sei explicar, mas há uma troca discreta de olhares entre nós e me dá um friozinho estranho na barriga. — Tenho algumas regras! Você se limitará a cuidar apenas das minhas filhas e nada mais! Não quero que entre em meu quarto em hipótese nenhuma e nem em meu escritório a não ser que seja chamada! — Sim, senhor, não tem que se preocupar quanto a isso! — Você começa amanhã! Passe o seu endereço, amanhã bem cedo o motorista vai buscar você e as suas coisas! — Sim, senhor! Deixou o endereço, pediu licença e retirou-se apressadamente. Assim que ela saiu, massageio as têmporas e respiro fundo. ...Espero que esteja fazendo a coisa certa!... Para evitar discussões desnecessárias com Daphne, me despeço das minhas filhas. Elas choram, mas ficam felizes ao saber que amanhã vamos voltar a morar em nosso apartamento. Após esse dia agitado, repleto de decisões importantes, tomei um banho e me arrumei. Às 20h00, encontrei-me com Theo, fomos a uma balada famosa na cidade conhecida pelo ambiente vibrante, música envolvente e mulheres lindas. Ao chegarmos à entrada é iluminada por luzes neon, somos recebidos pela equipe da segurança que já nos reconhece. O ambiente está cheio de pessoas animadas, as pessoas dançam ao som de músicas eletrônicas pulsantes. Optei por um visual mais descontraído para a noite, uma camisa preta justa combinando com jeans escuro e sapatos elegantes. Assim que entramos na balada, sinto a batida da música reverberando em meu corpo, é como se toda a tensão acumulada durante o dia começasse a desaparecer. Nos dirigimos ao bar onde pedimos algumas bebidas, dois coquetéis de frutas tropicais, enquanto conversamos sobre os últimos acontecimentos no mundo dos negócios e as nossas aspirações pessoais. As risadas ecoam enquanto compartilhamos histórias engraçadas sobre nossas experiências no setor automobilístico. Meu amigo exagerou na bebida e logo começou a choramingar. Ele e a minha irmã Emma namoraram por algum tempo, mas quando Chloe me abandonou, ela se revoltou. Emma terminou o namoro e foi embora viver uma vida sem compromissos, trabalhando de modelo. Fomos embora o deixei em sua casa e fui para o meu apartamento. Assim que entrei, aquela solidão tomou o meu ser e fui até o quarto das minhas filhas. Acredito que seja a bebida, mas algumas lembranças invadiram a minha mente. Não compreendo o motivo da vida ter sido tão cruel comigo, ser abandonado pela mulher que amei. Chloe era melhor amiga da minha irmã e filha dos funcionários de confiança da família. Nunca nos importamos com classe social e mesmo contra os protestos de Daphne contra esse relacionamento, me deixei envolver. Nos casamos e quando as gêmeas nasceram, Chloe ficou estranha, sempre preocupada com a sua aparência e eu fazia todas as suas vontades. Um belo dia ela roubou todo o meu diheiro do cofre que ficava em nosso closet e nunca mais voltou. A dor foi imensa, mas tentei ser forte pelas minha meninas... Decidi que nunca mais entregarei o meu coração novamente a ninguém. Acabei adormecendo no quarto das meninas.