Enry
Precisei explicar a meu pai que faço pequenos serviços para ter moedas, ele não ficou nada feliz, reclamou um monte, mas o que eu posso fazer?
Depois de uma boa bronca e das risadinhas dos meus irmãos acima, os dois imbecis que se saíram bem dessa, ouço algo que faz o meu estômago pesar.
— Enry, se vai mesmo insistir em ficar a filha do meu irmão, deve ir até a aldeia deles e pedir permissão para se casar com Naiara.
Volto meu olhar desesperado para ele.
— O quê? Por quê?
Meu pai ergue a sobrancelha e cruza o braço sobre o seu peito largo.
— Não passa pela sua cabeça que os pais dela estão a sua procura? O que acha que vai acontecer se eles a encontrarem aqui?
Penso no que ele diz. Será que este simples ato traria problemas que romperiam a tranquilidade de nosso clã?
— Eu não pensei sobre isso — revelo.
— É claro que não, mas precisa começar a pensar, você tem 20 anos, com 21 assumirá a liderança da aldeia. Ser alfa não é só um título, é uma grande responsabilidade.
Suspiro fundo