Entramos no meu carro e fomos rapidamente para a casa do meu futuro sogro. Chegamos à frente e o Dr. Miller já está me esperando.
— Olá, Dr. Desculpe a demora, estava resolvendo algo importante.
— Não tem problema! Já está tudo acertado entre ambas as partes?
— Sim, como havia dito ao senhor, acertei tudo com o pai dela. Perguntei se teria que falar com ela, ele me disse que não... — Falo, coçando a testa.
— Então vamos. Fiz o contrato do jeito que me pediu.
Bato na porta, e ela abre quando me vê. Franze o cenho e deixa o caminho livre para eu passar, saindo da frente da porta. Tento perguntar por seu pai, mas ela nem responde. Após alguns minutos, seu Mario vem até a porta.
— Podem entrar... — Ele fala, estendendo o braço e mostrando a entrada.
— Seu Mario! O senhor já falou com sua filha? — Pergunto, preocupado.
— Já sim! Ela está ciente... — Ele me fala sorrindo.
— É porque suponho que ela não gostou muito, né?
— Não que nada, isso é momentâneo. Não se preocupe. Trouxe o contrato.
— Sim!
Ele nos conduz até o sofá, enquanto pega o contrato das mãos do meu advogado e começa a ler. A Lara não aparece na sala, e eu vou ficando cada vez mais preocupado com a situação. Seu Mario lê tudo e em algumas partes pede explicações ao meu advogado. Logo depois, ele pega a caneta e assina.
— LARA! VEM CÁ, GAROTA... — Ele altera a voz, chamando-a.
Ela vem com os olhos marejados e bem vermelhos. Acredito que tenha chorado bastante.
— É isso mesmo, papai! O senhor está me vendendo para este senhor! — Ela pergunta com a voz embargada.
— O que é isso, Lara! Na frente das visitas. Já te falei que tudo isso é para o nosso bem, e além do mais, você vai viver como uma rainha, minha filha, não é, doutor? — Ele pergunta, olhando para mim.
— Sim, é isso mesmo. Vou cumprir tudo que está no contrato, e mesmo tendo que dormir ao meu lado, não precisará ter nenhuma intimidade comigo.
— Mas pai, por favor, não quero... — Ela é interrompida por seu pai.
— Não tem "mas". Eu já decidi e já assinei. Assine agora você.
Lara pega a caneta com as mãos trêmulas e começa a assinar. Meu advogado me olha e fala.
— Senhorita, se não quiser assinar, não pode ser obrigada.
— Sou sim. Minha vida irá virar um inferno se eu não assinar... — Ela fala, completando a assinatura.
— Pronto, pai! Está aí assinado como o senhor queria. Está satisfeito agora?
Vejo Mario pegar o papel e contemplá-lo com um brilho no olhar...
— Agora, quando vou pegar o dinheiro? — Ele pergunta.
— Eu já trouxe uma parte. Está aqui, nesta maleta. Todas as suas dívidas serão pagas assim que sairmos daqui, inclusive aquela que o senhor tem no meu cassino.
— Ah! Ele é dono de um cassino. Aff, só poderia ser por isso... — Lara fala.
— Cale a boca! Você não sabe de nada. O dinheiro que minha filha irá receber será na conta dela... — Ele me pergunta.
— Não, senhor. Será aberta uma conta em nome dela, e somente ela poderá fazer a movimentação. Seu será o dinheiro que me pediu para depositar uma parte na sua conta, e trazer uma parte em dinheiro, o qual cumpri e está aí nas suas mãos. A Lara é que cuidará de lhe ajudar com o que precisar, através do cartão de crédito que lhe darei.
— Ah! Certo, entendi. Então, seja bem-vindo à minha família, senhor "King".
— Obrigado! Passarei todos os detalhes do casamento pelo meu advogado, que designará uma pessoa para ajudá-la com tudo.
Ela nem olha para mim. Eu cumprimento todos e saímos de lá. Olho de canto de olho e vejo as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, enquanto seu pai balança o dedo reclamando em sua direção.
Despeço-me do Dr. Miller, que me olha com pena, sem falar uma palavra, e vai para o seu carro. Então, eu e o Lucas entramos no meu carro, e o Lucas logo comenta.
— Mano, você vai cortar um dobrado com a Lara. Acredito que ela não gostou nem um pouco do acordo.
— Mas Lucas, qualquer mulher no lugar dela estaria pulando de alegria. Ela vai adquirir uma pequena fortuna pelos anos que terá que passar ao meu lado, e acho também que não sou um ogro.
— É, amigão, mas ela não é qualquer mulher. Você viu que ela é diferente.
— Mas ela vai se acostumar. É necessário. Além disso, ela já assinou o contrato e não tem como retroceder... — Falo, firme.
Chegamos à minha casa, e Lucas vai direto para o bar, pega dois uísques e traz até a sala de estar.
— Tome aqui, você vai precisar de muitos desses ainda. Agora me conta sobre a mulher incrível que você conheceu ontem à noite.
— Ah, meu amigo, ela parecia um furacão, que mulher! Fiquei alucinado e não imaginei que ela pudesse me dominar, mas ela deu um show na cama.
— Uii! — Lucas sorri — Você foi dominado?
— Não, seu besta. Eu é que deixei ela me dominar. É diferente, mas posso dizer que foi uma experiência ótima — Falo, lembrando-me.
— Eita! Depois que casar, acabou as aventuras!
— Quem disse? Só não posso deixar ninguém descobrir. Mas você acredita que vou passar três anos e meio sem sexo? Você deve estar pensando que virei monge, né? — Falo, sorrindo.
Ficamos o resto do dia conversando e bebendo. Lucas diz que estamos comemorando o meu casamento.
Enquanto isso, na casa de Lara...
Lara Suzan Bitencourt
— Pai, como você pode fazer isso comigo? Você me vendeu sem nem querer saber a minha opinião — Falo, chorando.
— Deixe de drama, sua menina mimada. Eu garanti o seu futuro, e você não me agradece — Ele fala, balançando o dedo no meu rosto.
— Pai, o senhor é um carrasco sem coração.
Vejo meu pai levantar a mão e descer com toda a força em direção ao meu rosto. Sinto queimar. Coloco minha mão. Novamente, ele me b**eu. Sofro muito com as agressões do meu pai. Sempre que ele quer dinheiro para beber ou apostar, e eu não dou, ele me b**e muito. Aceitei esse contrato porque sei que, desta vez, se eu não aceitasse, ele me mataria de tanto que me b**eria. Se eu o fizesse perder essa oportunidade de ganhar dinheiro fácil, como ele mesmo diz. Além disso, lá na casa daquele homem, eu não vou ter que apanhar tanto.
— O que você está fazendo aí? Vá fazer minha comida — Ele levanta a mão mais uma vez, enquanto eu saio correndo para a cozinha.