— Você está enganada, já não é um impossível — asseguro.
Ela me sorri um pouco, com malícia.
— Vamos ver daqui a alguns anos, quando ela lhe der um filho e se cansar de você, essa garota é uma selvagem que não consegue ficar parada em um país. Você será motivo de chacota no nosso círculo social pelos chifres que ela vai te colocar. Você vai ver — minha mãe zomba.
Sua zombaria me atinge mais do que deveria. Me sinto ridiculamente ferido e temeroso. Eu já sabia da personalidade da Sara, e da sua inquietação em ficar em um só lugar. Não quero me aprofundar nessa minha insegurança com ela, porque é justamente agora que a vejo se aproximando de nós.
Sara vem até mim com pressa, penso que ela vai parar quando estiver por perto, mas não o faz, sem se importar que haja muitas testemunhas, ela se pendura em meu pescoço e me abraça fortemente. Quando toco em Sara parece que o resto do mundo deixa de existir, embora desta vez isso não se aplique à minha cabeça. Estou tomado pela insegurança.
— O