162. Nova vida
Nunca imaginei que me despedir dessa cidade seria tão difícil.
Enquanto dobrava as últimas roupas, sentia o peso do silêncio entre aquelas quatro paredes. Cada canto daquele quarto carregava memórias que jamais se repetiriam. Madeleine me ajudava a empacotar os livros e objetos que resistiram ao caos dos últimos meses.
"Eu e Atlas vamos para lá depois. Não vou aguentar ficar longe de você," ela disse, com um sorriso suave, tentando parecer forte.
Olhei para ela e suspirei. "Eu também não. Mas vamos construir uma nova vida... Uma nova alcateia no Colorado."
Assim que as caixas estavam fechadas e o sol começava a cair no horizonte, senti que ainda havia algo que eu precisava fazer antes de ir embora daqui.
Sem avisar ninguém, deixei a casa e caminhei até a floresta. Eu me lembrava de tudo que passei até aqui. Foram tantas coisas. Os sussurros das árvores, os passos na terra, o vento que me tocava como se estivesse dizendo adeus. Cada folha caindo ao chão parecia contar uma história, uma