Já pensou em acordar e não lembrar seu nome ou como foi parar num hospital? Ivy, como foi denominada, está nesta situação. Com apenas três informações sobre si. Possivelmente tinha um relacionamento, com o filho do homem mais rico do Texas e que agora estava morto. Haviam sido sequestrados, o quê resultou a morte do herdeiro do Petróleo e estava grávida dele. Ivy teria um bebê de Zack. Porém, não lhe dava garantia alguma de que não se apaixonaria pelo avô do bebê.
Ler maisBarulhos externos são os primeiros sons que chegam aos meus ouvidos, quando começo a acordar. Meus olhos por alguma razão, não se abrem completamente, o que me deixa assustada, pois só consigo ver borrões por de baixo dos cílios.
Onde estou?, a pergunta surge na minha mente, enquanto mexo minha cabeça dolorida de um lado para o outro. Sem fazer ideia de onde estava.
Minhas mãos tateiam o que pareceu ser um colchão e lençóis. Havia uma agulha no meu braço direto e alguns fios no meu tórax.
Apesar de forçar minhas pálpebras a se abrirem. Não conseguia.
O ar se torna pesado e difícil de respirar, mesmo com o cateter nasal, entre meu nariz e meu lábio inferior.
Agoniada, tento me sentar e tirar o cateter, para tentar respirar melhor. Ouvindo passos rápidos e em seguida uma mão em meu pulso.
- Se acalme – diz uma voz feminina autoritária – Irá se machucar! – adverte.
- ... não consigo respirar – digo franzindo o cenho com força, sentindo lágrimas se acumular em meus olhos.
- Também como conseguiria? Arrancou o cateter – diz aborrecida, recolocando o cateter em meu nariz, aumentando o fluxo de oxigênio.
- Onde eu estou? – Minha voz soa rouca, ainda preciso respira e pela boca para não perder o fôlego.
O vulto da mulher se movimenta na minha frente.
- Num hospital.
Já estava deduzindo isto, com base dos barulhos externos e aparelhos. A próxima pergunta, era a mais óbvia...
- Como eu cheguei aqui? – O vulto para hesitante, permanecendo alguns segundos parado, antes da voz feminina soar novamente.
- Você não se lembra?
Se soubesse, não estava perguntando...
Respiro por entre os lábios abertos, tentando me manter focada no vulto à frente.
- Não.
Ela pondera minha resposta, limpando a garganta em seguida.
- Vou chamar o Dr. Schultz – diz por fim, o vulto saindo do meu campo de visão em seguida.
Meus olhos vagam pelo o quê se deve ser os objetos e as paredes do quarto.
Há uma claridade vindo de algum lugar, talvez da janela. Era difícil saber, quando metade da sua visão estava comprometida por um borrão preto.
Dois vultos param na minha frente dessa vez, um alto e outro mais baixos. Pelo perfume, acredito que seja o Dr. Schultz e uma interna talvez. Só não era a mesma mulher de antes.
- Sou o Dr. Schultz – A voz do médico soa baixa, porém clara – Como está se sentindo?
Engulo em seco.
- Minha cabeça... está doendo muito – Não era uma dor de cabeça simples que às pessoas estavam acostumadas. Era pior. Muito. Praticamente a sensação que tinha, era de estar carregando concreto de tão pesada.
- Você sofreu muitas lesões no rosto – Ele esclarece. Isto explicava não estar conseguindo enxergar direito – Seu rosto está bastante inchado – Ele faz uma breve pausa – A enfermeira mencionou que não sabe como chegou aqui.
- Não lembro.
- Nada?
Por quê era tão difícil de acreditar? Era com o se não existisse nada além do que estava vivenciando, naquele dia.
- Qual seu nome? – Ele faz outra pergunta.
Meu nome. Às pessoas tinham um nome e eu deveria ter um.
Minha respiração fica pesada, juntamente com o aparelho ao lado que intensiva o bip.
- Respire fundo – A mulher ao lado dele orienta com uma voz mansa – Isto. Muito bem – Elogia, quando sigo suas instruções.
- Não lembro do meu nome – digo com a voz trêmula.
Schultz fica em silêncio, analisando o quê havia dito.
- O que tem de errado comigo?
- Havia uma hipótese de que não se lembrasse de suas memórias mais recente ou até mesmo as mais antigas. Terei que pedir que refaçam todos os exames, para entender melhor o quê está acontecendo.
Meu lábio inferior treme, a medida que entendo o quê quer dizer.
- Perdi minha memória, é isto?
- Ainda é cedo para afirmarmos alguma coisa.
Estava em um hospital. Sem memória. Sem nem ter uma ideia de como havia ido parar ali.
Não tinha como se tornar mais desesperador.
- A Dra. Sully vai levar você para fazer os exames. Não se preocupe. Está em boas mãos – Mesmo com sua voz me passando uma possível segurança que precisava, era difícil se manter calma no estado em que me encontrava.
Ao contrário da enfermeira, Dra. Sully era bastante atenciosa. Tentando a todo instante, me manter calma com assuntos aleatórios, que não faziam sentido algum para mim.
Para o exame de tomografia, precisei ser sedada. Acabando por ser puxada para meu subconsciente, no qual não havia absolutamente nada. Nem um sonho. Apenas o vazio.
Claro, que a sensação de vazio, perdurou a medida que o efeito da anestesia começou a passar algum tempo depois, enquanto dava conta que estava de volta ao quarto.
Mesmo me esforçando, ditando diversos nomes mentalmente, não conseguia lembrar do meu próprio. Muito menos do que me levou até aquele hospital.
E se eu fosse uma serial killer com perda de memórias, cuja memória só aparecia de vez em quando? O pior de tudo: e se eu fosse procurada pela polícia por algum delito grave e tivesse me machucado para não ser presa?
Poderia ser qualquer pessoa, com um passado sombrio ou não. E se a minha memória não voltasse, como iria viver sem saber quem eu sou?
Para algumas pessoas, no meu lugar, poderia ser uma ótima oportunidade de recomeçar. Mas para mim, que não fazia ideia de absolutamente nada, era assustador.
Eu não tinha um rosto. Muito menos um nome.
Inspirando profundamente em meio aos soluços, sento aos seus pés, inspirando profundamente, colocando minha cabeça em seu colo, fechando por fim os olhos. As lágrimas continuam a vir, cada vez mais forte, enquanto meu corpo era balançado com soluços.Era de se esperar que um dia precisaria chorar por nós dois. Eu esperava isso. Toda aquela carga que carregava, não era nada leve, era muita responsabilidade, sabendo que não o teria para me ajudar quando fraquejasse, que todos os dias teria que o sepultar, esperando que um dia simplesmente decidisse ir mais uma vez, me deixando ali completamente sem saber o quê fazer.Não havia pensado num depois para mim.
Lily e Zack estavam com aproximadamente quatro anos.No inicio quando chegamos ali, ambos viviam pegando um resfriado atrás do outro e com alergia ao pó. Demorou algum tempo, para que seus pequenos corpos frágeis se acostumassem com o novo ambiente.Todos os dias, via uma nova mudança acontecer. Desde caminhar com mais firmeza, dizer palavras difíceis, fazer alguma graça ou serem gentis com as pessoas ao redor.Ambos os cabelos, havia tomado a tonalidade do cabelo do pai, o que para mim não era uma surpresa. Zack lembrava vagamente as feições da mulher que um dia já fui. Num rosto delicado, com as maças do rosto saltada.Lily por outro lado, lembrava Zack.
Dali por diante, dividi meu tempo entre o jardim e a hora de Vito. Aprendi o nome de todas as hortaliças em italiano e comecei a compreender o que o velho dizia.Em todos os fins de tarde, me dedicava a limpar os canteiros, me encantando com as novas formas geométricas que encontrava. Quando a dor nas costas se tornava muito forte ou as palmas das mãos criavam bolhas, deixava de trabalhar por um ou dois dias. Aproveitando para ler o livro sobre os jardins criados juntamente com o convento, que Nicolo havia me emprestado.Com tristeza, descobrir que precisaria de um escrito em inglês parar realmente entender. Não me bastava só olhar as magnificas ilustrações.&nbs
Uma semana mais tarde, cheguei ao convento St. Joseph. Como estava frio, não havia cadeiras no pátio interno, mas o resto continuava igual. Havia ligado para a madre superiora e todas as irmãs estavam a minha espera. Na ligação, havia lhe explicado o quê havia acontecido por cima, não entrando em detalhes, alegando de que precisa de um lugar para ficar. Ela acabou dizendo que seria bem vinda, se quisesse ficar no convento. Com a aprovação da madre, só precisei pegar tudo o quê tínhamos de mais valor sentimental e fechar por tempo indeterminado, as portas da mansão Cesarini, trancando lá dentro, todas as lembranças dos últimos anos.Fui levada ao mesmo quarto que ocupara antes. Tirei minhas roupas e as do gêmeos
É quando ouço o telefone fixo da casa tocar e me desloco até o aparelho rapidamente, pegando o gancho.- Alô?- Já voltaram de viagem - Engulo em seco, reconhecendo a voz de Silas - Isto é bom.- Você está com eles, não é? - pergunto calmamente, tendo os olhos de Rose e Lucius sobre mim.- Acho que você sabe a resposta.- São só bebês.- Eu sei disso. Lindos e adoráveis bebês - Ele murmura, com um tom de maldade na voz - Não era para eles estarem vivos, muito menos você.- Não os machuque - peço.- Como você sobreviveu? - pergunta sem rodeios - Eu tinha certeza de que estava morta. Não tinha como você sobreviver, mas sobreviveu e tentei três vezes acabar com a sua vida de v
- Onde estão os gêmeos? - Lucius pergunta, assim que Rose vem da parte dos fundos da casa.Ela o olha com o cenho franzido, sem entender.- Os deixei no berço, assim que dormiram.Lucius leva as mãos para a cabeça novamente.- Eles não estão no berço.Não conseguia me mexer, sentia como se minhas pernas tivessem virado chumbo. Em minha cabeça, só conseguia lembrar dos rostos sorridentes e dos momentos felizes que tivemos no jardim e na sala de estar.Eles só tinham um ano de idade, não conseguia a maldade do mundo, muito menos que crescia como erva daninha na família Cesarini e agora estavam desprotegidos, longe de mim e do meu alcance. Como poderia os protege
Último capítulo