No dia seguinte, como combinado, fui à feira com minha mãe. Ela me perguntou sobre meu namoro com Alex e eu lhe contei que havíamos rompido.
Doía demais dizer isso em voz alta, mas não dava para esconder a verdade. Já havia mentido demais, inclusive.
Pedimos dois pasteis e dois copos de caldo de cana.
Quando estávamos à mesa, minha mãe soltou um suspiro e esfregou as têmporas.
— Sobre o prostituto...
— Mãe...
— Uma hora alguém teria que tocar no assunto, querida — sorriu, tristonha.
— Tudo bem. Pode falar.
— Bem, eu o contratei sim, apenas como acompanhante, que fique claro.
— Por que fez isso? — Quis saber.
— Vergonha. Ego inflado. Solidão.
— Você tem a mim. Você sempre teve a mim.
— Eu sei. Mas sua tia é terrível, Zoe. Vivemos numa eterna disputa de quem é melhor em tudo. Quando perdi seu pai...
— Não fale disso. Não agora.
— Eu preciso. Seu pai foi o grande amor da minha vida. Perdê-lo me deixou tão sem rumo, tão vazia. Eu tinha voc