— Olá, minha bela dama. Com quem você estava falando que está com esse sorriso enorme no rosto?
— Olá, meu lindo. Eu estava falando com a Nelly. Os meninos querem vir morar aqui no Brasil. Eles não querem terminar o ensino médio e nem fazer faculdade nos Estados Unidos. Eles querem vir para cá. — Se eles querem, por que não ficar lá em casa? Seria muito bom para os quatro! — Isso é o que eu disse a ela, meu amor. Então, combinamos tudo. Ela vai pedir transferência dos meninos para a escola da Ale e do Jemy, e em breve nossa casa terá mais dois para aguentarmos, rsrsrs. — Rsrsrs, isso mesmo, bela dama. Agora vem aqui me dar um beijo, pois eu já estava com saudade. — Só se passaram dez minutos desde que você me beijou e já está com saudade? — Claro, meu amor. Eu sempre sinto sua falta. E o Dom mandou avisar que ele tem duas reuniões fora. Então, dependendo do horário em que ele terminar, só o encontraremos em casa. — Tudo bem, meu amor. Então não tem problema nenhum eles morarem conosco? — Claro que não, meu amor. Eu amo aqueles dois como se fossem nossos filhos. No fim da aula, Alexandra, Mari e Jemy iriam almoçar em casa e depois aproveitar a piscina. Alexandra ficou impressionada quando Jemy decidiu ir também. Como Mari não tinha um biquíni, ela emprestou um de seus próprios para ela. Ao chegarem em casa, encontraram apenas a mãe e o pai de Alec. Alexandra sentiu que sua mãe estava eufórica. — Mamãe, por que você está tão feliz? Conte para nós o que está acontecendo. — Ah, não. Não vou contar. Vou fazer uma surpresa para vocês. Mas garanto que tanto você quanto seu irmão vão adorar a surpresa, não é, querido? — Sim, bela dama, os gêmeos irão adorar a surpresa! — Ai, pai, você sabe, me conte o que é? — Você saberá em breve, minha linda belinha do papai. Ele a agarrou e a jogou para cima, parecia até que ela era feita de pena. Seu pai adorava fazer isso, tanto ele quanto o papai Dom. Ela amava muito seus pais! Depois de almoçarem, cerca de uma hora depois, decidiram tomar um banho de piscina. O sol estava ótimo para um belo bronzeado. Ela subiu com a Mari e escolheram os biquínis. Ela adorava os biquínis e maiôs de crochê que sua mãe mandava fazer. Além de serem confortáveis, eram fresquinhos. Ela escolheu um biquíni, enquanto Maria, toda envergonhada, optou por um maiô. Ale a vestiu com uma canga, e Mari usava uma saída de praia. Elas desceram já prontas. Quando chegaram na área da piscina, Jemy ainda não tinha chegado. Mari virou-se para ela e perguntou se ele não viria. Ela achou o interesse de Maria bem diferente. Será que ela tinha uma quedinha pelo seu lindo irmão? Bom, se ela tivesse, ela esperava que ele também sentisse algo, pois Mari era uma pessoa maravilhosa que ela amava muito. Sabia que nem ela nem ele fariam nada para se machucarem. Jemy estava ali, em frente ao seu guarda-roupa, tentando decidir qual sunga de banho colocar. Se fosse apenas ele e a Ale, já teria descido há muito tempo. Mas o fato de a Mari estar lá fazia seu coração disparar, chegando a errar as batidas. Ele amava tanto aquela moreninha linda, mas como ela nunca deu a entender que sentia algo por ele, guardava esse sentimento só para si. Mesmo com apenas dezessete anos, ele já havia sofrido muito bullying. Primeiro, por ter dois pais e uma mãe. Mas isso ele sempre superou, pois amava demais seus pais e sua mãe. Já a sua heterocromia, que deixava seus olhos com cores totalmente diferentes, era algo com que ele ainda lidava até hoje. Sua autoestima não era muito boa, até que ele entrou para o time de futebol da escola. Antes disso, sempre que tentava se aproximar de alguma garota, levava um fora e era alvo de gozações por causa de seus olhos. Então, ele decidiu ficar na sua e foi quando a Mari apareceu, toda tímida, e se tornou uma das melhores amigas de sua irmã. Quando se tornaram adolescentes, algumas garotas se aproximavam dela apenas para chegar perto dele, mas a maioria tinha ideias tão fúteis que ele nem se aproximava delas. Depois de ver a Mari, nada mais importava, era apenas ela. Esse sentimento gerou um medo enorme nele, de ser rejeitado, então ele nunca contou o que sentia por ela, nem mesmo para sua irmã. E olha que ele compartilhava tudo com ela, exceto isso. Por fim, ele escolheu uma sunga que sua mãe lhe deu em um aniversário. Era discreta e bonita, pois sua mãe sabia que ele não gostava de coisas extravagantes. Ele a vestiu e colocou um short de tactel por cima. Desceu com o coração acelerado e viu a Mari usando um maiô da mesma cor que sua sunga. Parecia até que tinham combinado, ou será que era o destino? — Oi, meninas, cheguei. — A gente já estava desistindo, achando que você não viria. Estávamos indo te arrancar do quarto, mas que bom que você veio. Ele olhava para Mari e sentia que ela estava um pouco tímida. Isso o fez imaginar como seria bom se ela gostasse dele da mesma forma que ele gostava dela. Seria uma felicidade imensa para ele. A tarde foi passando e, quando começou a escurecer, eles entraram e tomaram banho. Depois, foram fazer um lanche, apenas os três juntos. Ele ouvia as duas conversando e Ale pediu para a Mari dormir em sua casa. Era como se o destino estivesse agindo. Era uma tentação irresistível. Não havia nenhum problema, pois a mãe de Mariana sabia o quão estudiosas Ale e Mariana eram, e ela também gostava muito da família dele. Depois que Mariana e sua família passaram por uma situação difícil devido à doença do pai dela, seus pais ajudaram, e quando ele se recuperou, começou a trabalhar na empresa da família. Depois de sofrer bullying durante alguns anos, ele começou a fazer amizades graças ao futebol. Ele jogava perfeitamente bem, mas após essa fase de popularidade, nunca ficou com nenhuma garota. Mesmo quando algumas pessoas se aproximavam de Ale para chegar até ele, ele não se envolvia com nenhuma delas. Isso aconteceu justamente na época em que conheceram Mariana. A semana passou rapidamente e hoje já era sábado. Os pais dele saíram logo cedo, dizendo que iriam buscar um cliente no aeroporto. Ele estranhou, pois sabia que seus pais não gostavam de fazer esse tipo de favor. No entanto, os pais dele eram um tanto excêntricos, então não era totalmente surpreendente. Uma hora depois, ele estava na piscina com Ale, aproveitando o sol, quando escutou vozes na sala. Levantou-se para ver quem era e soltou um grito agudo de surpresa. Ouvia passos se aproximando da piscina, até que viu Ale parar em frente aos convidados, com uma expressão perplexa. Ela estava de frente para Heitor, seu melhor amigo. Desde que se entendia por gente, Ale sempre gostou de Heitor. Essa era a razão pela qual ela nunca aceitava cantadas de outros garotos. Seu coração tinha espaço apenas para Heitor, mesmo que ele estivesse distante e ela não soubesse se ele tinha uma namorada ou não. Quanto à Nickolas, ele sempre gostou dele desde pequeno, já que brincava com Nickolas enquanto Heitor sempre ficava perto de Ale e a defendia em todas as vezes que Nick vinha puxar seu cabelo, algo que ela odiava. Ale olhava para Heitor, Jemy viu seus olhinhos brilharem, enquanto ele falava: — Oi, minha linda, sentiu saudade do seu eterno defensor? Ela não respondeu. Em vez disso, pulou no colo dele e o apertou tanto, mas tanto, que ele reclamou, dizendo que ela estava o sufocando. Em seguida, ela desceu sem graça. Ele olhou para os pais, que a observavam com expressões que pareciam sugerir que havia algo ali. Era tão bom saber que Heitor estava ali. Ele pensava que eles viriam apenas passar alguns dias, mas descobriu que eles iriam estudar na mesma escola, no mesmo turno que eles. A única diferença é que eles não estariam na mesma sala, pois tanto Heitor quanto Nickolas ainda estavam no segundo ano do ensino médio. Aquele sábado foi um dia de festa com eles ali. Heitor iria morar ali, sem data definida para voltar aos Estados Unidos, exceto nas férias. Eles iriam junto com os pais e a mãe deles. Jemy estava radiante por tê-los por perto. Os dois eram seus melhores amigos. Deus do céu, como Ale continua mais linda do que da última vez que Heitor a viu. Eles eram apenas duas crianças naquela época, mas agora já eram dois adolescentes, com a diferença de um ano de idade. No entanto, quando estava perto dela, Heitor parecia muito mais velho do que ela. Sua morena dos olhos negros, que saudade ele estava da Ale. Heitor nunca pensou que sentiria um sentimento tão forte por Ale, mas, no fundo, sabia que gostava dela. Ele tinha algumas ficantes, alguns beijinhos, mas nada sério. Com Ale, seria diferente. Ele a queria tanto para si. Quando ela pulou no colo dele, ele começou a suar frio e só pensava em beijá-la. No entanto, não podia fazer isso. Sua madrinha e padrinho estavam bem ao lado deles. Quando Ale desceu do seu colo, ele olhou para o rosto dos padrinhos, que o encarava com um olhar que dizia: "— Estou de olho em você, garoto. Não apronte nada." Saber que teria ela perto dele o deixava feliz da vida. "Caraca", era só isso que a mente do Nick dizia ao olhar para Alexandra. Como ela estava linda. Nick não sabia que ela era tão bonita. Já fazia um tempo desde que eles não se falavam, para ser sincero, eles nunca nutriram sentimentos um pelo outro. Mas agora, olhando bem para aquela morena, Nick tinha apenas um pensamento. Nick a queria para si e a teria, independentemente de qualquer pessoa, que aparecesse para atrapalhá-lo, Ale seria dele..