Clarice piscou lentamente, enquanto seus olhos se ajustavam à fraca luz que balançava no teto. Apenas algumas lâmpadas amareladas iluminavam precariamente o enorme espaço vazio. Ao redor, pilhas de objetos velhos e esquecidos lançavam sombras deformadas pelas paredes do armazém, criando um cenário quase surreal.
Bem no centro do armazém, Teresa estava de pé. Sua silhueta, alongada pela luz, parecia ainda mais solitária e cruel.
De costas para Clarice, Teresa girava uma faca afiada entre os dedos. A lâmina refletia a pouca luz que havia, cintilando como uma ameaça silenciosa. Cada movimento da faca parecia um prelúdio de uma tempestade iminente.
Ao ouvir passos, Teresa virou-se lentamente. Um sorriso carregado de escárnio surgiu em seus lábios, e seus olhos, frios e penetrantes, pareciam ter o poder de enxergar os medos mais profundos de qualquer um.
— Clarice, finalmente você chegou. — Disse ela, com um tom de voz que misturava ironia e diversão. — Eu quase achei que eles estav