— Clarice, eu sei que isso não é justo com você, mas... — Túlio fez uma pausa, e seus olhos começaram a marejar. — Eu já estou velho, minha saúde não é boa. Talvez um dia eu durma e não acorde mais.
Clarice sentiu um aperto no peito ao ouvir aquelas palavras. Instintivamente, apertou a pequena caixa em suas mãos.
— Vovô, não fale assim! Você vai viver muitos e muitos anos!
Túlio sorriu de forma suave, como quem já havia aceitado as voltas da vida.
— Já vivi muito, Clarice. Já não tenho medo da morte. Se eu partir, não quero que você fique triste. Apenas viva a sua vida da melhor forma.
Ele sabia que devia muito a Clarice, que, em sua tentativa de protegê-la, acabava pedindo demais. Agora, tudo o que ele queria era que ela tivesse alguém para amá-la e cuidar dela.
Clarice olhou para o sorriso tranquilo de Túlio e sentiu uma inquietação no coração. Por um momento, teve a impressão de que ele estava se despedindo.
— Vovô... — Ela começou a falar, mas foi interrompida pelo to