Esse assistente precisava ser trocado.— Encontramos por acaso durante o almoço e acabamos bebendo umas duas taças. Foi só isso. Meu problema é o álcool, não aguento muito. Fiquei mal e vim para o hospital. — Disse Asher, de forma casual, sem entrar em detalhes.Clarice percebeu que ele não queria contar a verdade e decidiu não insistir. Sentou-se em uma cadeira perto da cama e perguntou:— E agora, como está se sentindo? Melhorou?Na verdade, desde que soubera por Paula que Asher havia sido hospitalizado por intoxicação alcoólica após encontrar-se com Sterling, Clarice sentia um peso enorme no coração. Ela sabia que, de alguma forma, aquilo tinha relação com ela. Sterling só agia assim por causa dela, e Asher acabava pagando o preço.Clarice não tinha coragem de confrontar Sterling, então tudo o que restava era esse sentimento de culpa em relação a Asher.— Estou bem, Clarinha. Meu corpo é forte, não precisa se preocupar tanto. — Disse Asher, com um sorriso gentil. Ele pegou uma garra
Asher agarrou o pulso de Beatriz e a puxou para perto, prendendo-a em seu abraço. Ele a encarou com frieza e a advertiu:— Cala a boca! Se você causar mais confusão, esqueça o casamento!Beatriz ergueu os olhos para ele, incrédula:— Asher, você está mesmo me ameaçando com o casamento para defender aquela vagabunda da Clarice?Cheia de raiva, Beatriz precisava de um alvo para descarregar toda a sua frustração, ou sentia que explodiria. Desde pequena, ela guardava rancor de Clarice. Depois de ser abandonada por ela, Beatriz foi vendida e viveu anos de sofrimento no interior.Enquanto ela sofria no campo, Clarice crescia no conforto e no luxo da família Preston. Esse contraste alimentava seu ódio, que crescia a cada dia.Agora, Asher, o homem que ela mais amava e que estava prestes a se tornar seu marido, defendia justamente Clarice.Até então, Beatriz sabia que Asher guardava Clarice no coração, mesmo sem ter visto ele tomar uma atitude explícita para protegê-la. Só isso já a deixava mo
Ela sequer se preocupou com o fato de estar de vestido, pouco ligando se estava ou não mostrando algo que não deveria. O assistente desviou o olhar imediatamente, tentando manter a compostura, e disse respeitosamente: — Srta. Beatriz, com licença. Sem esperar mais, ele a pegou no colo diretamente, ignorando qualquer resistência.Beatriz ficou atônita por um segundo, mas logo reagiu. Ela ergueu a mão e deu um tapa estalado no rosto do assistente: — Seu atrevido! Me coloca no chão agora! O assistente sentiu a orelha zumbir com a força do tapa, mas, mesmo assim, cerrou os dentes e continuou carregando-a em direção à porta.— Asher, eu sou sua mulher! Como você permite que outro homem me toque? — Beatriz gritou furiosa, quase histérica, virando o rosto na direção de Asher, que estava sentado à mesa.Asher, impassível, massageou as têmporas e abriu o notebook, concentrando-se nos documentos que tinha para revisar. Mesmo com o casamento iminente entre ele e Beatriz, ele nunca havia
— Então você a ama tanto assim, Asher? — Beatriz perguntou, enquanto sua voz carregava uma fúria que transbordava em cada palavra. O ódio subiu com tanta força que sua expressão ficou deformada, quase monstruosa.Ela apertou os punhos, sentindo o coração pulsar de raiva. “Clarice... Aquela vadia só tem um rosto bonito! E isso é suficiente para fazer Asher se ajoelhar aos pés dela?” Beatriz odiava Clarice. Mas, acima de tudo, odiava Asher.— Beatriz, lembre-se do que acabou de dizer. — Asher respondeu, ignorando a pergunta dela. Ele não se deu o trabalho de responder se amava ou não Clarice. Isso nem importava mais. O que importava era o que ele faria por Clarice.Beatriz respirou fundo, tentando controlar o turbilhão de emoções que a dominava. Seu olhar estava cheio de lágrimas e sua voz saiu trêmula: — Eu prometo que não farei nada contra Clarice! E, já que é assim, não precisamos conversar à noite. Vamos marcar o casamento para a próxima semana! Se Asher queria se casar com ela a
Asher hesitou por um momento, mas acabou levantando o olhar. Foi então que Beatriz, de repente, inclinou-se e aproximou os lábios, depositando um beijo rápido em sua testa. Antes que ele pudesse reagir, ela se afastou com um sorriso enigmático.— Pronto, estou indo! Te vejo à noite. E não se esqueça da sua promessa! — Disse ela, com uma leve provocação na voz. Ela viu quando Asher pegou uma toalha de papel úmida e passou no rosto, limpando o local onde ela o havia beijado. Aquilo fez seu coração apertar, mas Beatriz não deixou transparecer. “Tudo bem, em breve ele será meu marido. Depois de casados, eu terei todo o tempo do mundo para estar com ele do jeito que quiser.” Pensou ela.Asher terminou de limpar o rosto, jogou a toalha no lixo sem sequer olhar para Beatriz e voltou ao trabalho, como se nada tivesse acontecido. Para ele, aquele pequeno episódio não fazia a menor diferença. Beatriz observou-o por alguns segundos, o sangue fervendo diante da indiferença dele. Mas, no fim, e
— Dra. Clarice, por que o grande chefe está aqui de novo? Ele não tem nada melhor para fazer? — Lilian resmungou baixinho, olhando rapidamente para a porta. Clarice deu um pequeno sorriso, quase imperceptível, e respondeu: — Melhor você sair. Ela sabia por que Sterling tinha vindo. Provavelmente, porque ela o ignorou no hospital. Mas ainda não conseguia adivinhar se ele estava ali para defender Teresa ou por outro motivo qualquer. — Mas o chefe está com uma cara tão assustadora... Será que ele é violento em casa? — Lilian comentou, olhando para Sterling que se aproximava com um semblante gelado. Ela parecia um pouco preocupada. Clarice não conseguiu conter o riso. — Lilian, vai embora logo. Se continuar aqui, ele pode decidir te demitir na hora! Lilian sempre falava o que pensava, mas se Sterling ouvisse, era bem capaz de mandá-la embora sem nem pestanejar. — Tá bom, tá bom, já vou! Mas, se ele tentar te machucar, me chama! — Lilian insistiu, ainda receosa. — Pode dei
Sterling foi tomado por um desejo incontrolável e sua mão deslizou para dentro do vestido de Clarice. Ela tentou conter o pânico que crescia dentro de si e falou com pressa: — Sterling, estamos no escritório, na minha sala! A qualquer momento alguém pode entrar! Se você quiser tornar pública a nossa relação, por mim tudo bem! Mas e a Teresa? Você não tem medo de que ela vire motivo de chacota por aqui? Clarice sabia que Sterling amava Teresa e jamais permitiria que ela fosse alvo de fofocas. O movimento da mão dele parou abruptamente. Ele se inclinou e mordeu de leve o lóbulo da orelha dela, enquanto sua voz rouca sussurrava: — Clarice, você está com medo, não está? Se ela realmente não se importasse em expor o relacionamento deles, estaria agora tentando seduzi-lo, e não buscando desculpas para afastá-lo. Desde que ela pediu o divórcio, o comportamento dela tinha mudado completamente. Antes, ele conseguia sentir o amor que ela tinha por ele. Agora, não sentia mais nada. Is
O peito de Sterling foi atingido por uma mancha de vômito que Clarice acabara de expelir. O cheiro ácido e desagradável subiu imediatamente, invadindo o ar de forma insuportável.— Clarice... — Sterling a chamou entre os dentes cerrados, sua voz carregada de irritação. Ela estava tão desconfortável assim com o beijo dele? Ao ponto de vomitar? Clarice, percebendo o que havia feito, pegou algumas toalhas de papel às pressas e começou a limpar a roupa dele. — Me desculpe, eu não fiz de propósito! Assim que terminou de limpar a camisa dele, sentiu o estômago revirar novamente. Sem sequer olhar para Sterling, ela saiu correndo do escritório e foi direto para o banheiro. Por sorte, no almoço com Paula, ela havia comido pouco, então, depois de vomitar, seu estômago finalmente se acalmou. Clarice se apoiou na pia, abriu a torneira e lavou a boca. Mas, antes que pudesse recuperar o fôlego, uma voz sarcástica soou atrás dela: — E eu achando que você era toda certinha! No fim das co