É impressionante a força que surge em nosso corpo quando alguém importante para nós está em perigo. Sim, porque eu me importava com Celina e muito. A ponto de erguer uma estante de livros para soltá-la.
Quando finalmente consegui mover a estante, Celina tremia debaixo dela, os olhos arregalados, o corpo rígido. Poeira cobria sua pele, misturada ao suor e aos pequenos cortes que marcavam seus braços.
Ela parecia não perceber que estava livre.
— Celina! — Chamei, tentando tocar seu rosto, mas ela gritou e se encolheu ainda mais, os braços cobrindo a cabeça.
— Eu quero sair, socorro!
Minha respiração ficou presa na garganta.
— Celina, me escuta. Você está bem. Você está livre.
Mas ela continuava com os olhos fechados, os soluços irregulares atravessando sua respiração.
— Celina, olhe para mim.
Ela demorou a responder, como se minha voz fosse algo distante demais para alcançar. Eu a tomei em meus braços e a abracei o mais forte que p