Precisava me explicar com ela, eu tinha sido tão impulsivo e imprudente. Eu era o chefe dela, me comportei muito errado. Eu suspirei fundo e tirei a gravata de vez, mas a sensação de estar sufocando ainda permanecia. Repeti mais uma vez o nome dela, para me dar tempo de encontrar as palavras certas.
— Celina.
— Sim senhor.
— Me desculpe pelo que aconteceu no escritório. Foi completamente impróprio…
— Eu entendo, senhor. Não precisa se preocupar com isso. Não pense nisso.
Então por que eu continuava pensando?
— Mesmo assim — continuei, tentando convencer a mim mesmo tanto quanto a ela —, garanto que não vai se repetir. Eu estava confuso…
— Sim, eu sei. O senhor tinha bebido, não estava em plenas faculdades. Me admiro até que se lembre.
Eu me lembrava. Cada detalhe. Estava completamente lúcido. Toquei os lábios dela, e toquei o rosto dela porque quis, porque desejei sentir sua pele. Mas não deveria. Não deveria nem pensar nela agora, do jeito que eu pensei.
— Foi o momento — afi