Agora que nossa comunicação se resumia quase exclusivamente a e-mails, Gabriel e eu ainda não tínhamos tido a chance de conversar pessoalmente sobre as atividades de Sofia durante as férias escolares. A situação era delicada, e eu sabia que a única forma de fazer Gabriel aceitar a sugestão de Sofia — que queria se dedicar à pintura durante esse período — seria uma conversa cara a cara. Se eu enviasse apenas um e-mail, ele, com certeza, rejeitaria a ideia sem nem considerar. Para convencê-lo, eu precisaria argumentar de forma clara, explicar os benefícios de permitir que ela se envolvesse em algo que, à primeira vista, ele poderia ver como uma perda de tempo ou um capricho. Eu tinha que falar com ele pessoalmente, expor meu ponto de vista de maneira convincente.
O problema, no entanto, era o impacto que isso teria em mim. Falar com ele pessoalmente, se eu o visse, se eu o ouvisse, seria uma verdadeira batalha contra minha própria vontade. Sentir sua presença, o cheiro in